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Divergências marcam visita de Schröder aos EUA

Paulo Chagas30 de janeiro de 2002

As conseqüências do terrorismo mundial e a crise no Oriente Médio são os temas principais a serem abordados na visita do chanceler alemão aos Estados Unidos.

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Alemanha e EUA têm posições diferentes sobre situação no Oriente MédioFoto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, viaja nesta quarta-feira (30) à noite aos Estados Unidos para uma visita de dois dias. Na quinta-feira, ele terá um encontro de duas horas com o presidente americano, George Bush, e outro com o líder do Partido Democrata no Senado, Tom Daschle. Na sexta-feira de manhã, Schröder fará um discurso em Nova York, no Fórum Econômico Mundial.

A viagem de Schröder realiza-se num momento em que o governo enfrenta uma série de problemas internos e o chanceler não pode se dar ao luxo de suscitar desentendimentos no plano internacional.

As conseqüências dos atentados terroristas de 11 de setembro e a crise no Oriente Médio, que constituem os principais temas da agenda, provocam certas divergências entre alemães e norte-americanos.

Afeganistão

– Schröder terá de explicar por que a Alemanha não substituirá os britânicos no comando das tropas internacionais do Afeganistão, conforme havia sido previsto. Após longas consultações internas, o governo chegou à conclusão de que as Forças Armadas alemãs não dispõem de soldados nem equipamento suficientes para assumir um papel de liderança militar.

A Alemanha reagiu com reservas à questão dos prisioneiros mantidos na base americana de Guantánamo, em Cuba. O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, pediu que os combatentes da Al Qaeda e do Talibã sejam tratados como prisioneiros de guerra e de acordo com a Convenção de Genebra.

Cruzada contra o terrorismo

– No seu discurso à nação, pronunciado na terça-feira perante o parlamento, o presidente Bush deixou claro que os Estados Unidos é quem ditam as regras da cruzada internacional contra o terrorismo. Países como o Iraque, Irã e Coréia do Norte, assim como "seus aliados terroristas", formam o "eixo do mal que se arma para ameaçar a paz mundial", disse o presidente americano.

Bush citou organizações como a Hamas e o Jihad Islâmico como exemplo do "submundo terrorista" que deve ser implacavelmente combatido. Ou seja, organizações que combatem Israel e apóiam a causa palestina. Os Estados Unidos abandonaram sua posição de mediadores neutros no conflito do Oriente Médio e distanciaram-se de Iasser Arafat, culpando-o pela espiral da violência no Oriente Médio.

Neutralidade alemã

- Tal postura diverge da do governo alemão, que se esforça em manter a neutralidade e restabelecer o diálogo entre palestinos e israelenses. O ministro Fischer tenta vincular esta neutralidade à União Européia. Recentemente, Berlim expressou seu repúdio à destruição da infra-estrutura dos territórios autônomos palestinos pelo exército de Israel. Vários projetos, financiados com dinheiro da UE, sucumbiram à fúria da retaliação israelense.

Diálogo

– No Fórum Econômico Mundial, o chanceler Gerhard Schröder pretende ressaltar a necessidade de manter o diálogo entre as culturas no mundo pós-atentados terroristas de 11 de setembro. Além disso, o líder alemão exporá sua preocupação em diminuir o desequilíbrio mundial em matéria de bem-estar, afirmando que isto deve ser considerado na tentativa de acelerar o crescimento mundial.