Discos alemães de 2013
Entre triunfos e tragédias, 2013 foi um ano excepcional para a música pop alemã. Da música eletrônica do DJ Koze às guitarras cortantes do Messer, uma pequena amostra de grandes artistas e álbuns do ano.
"Die Unsichtbaren" – Messer
Associado ao pós-punk alemão dos anos 1980 e ao krautrock, o Messer tem uma sonoridade cheia de urgência e sofisticação, mas sem perder o frescor. O segundo disco da banda de Münster fala de insônia, rejeição e distanciamento. As letras sombrias são cantadas de maneira marcante e se encaixam perfeitamente na vigorosa música da banda, cheia de climas e nuances. Não deixe de ouvir "Neonlicht".
"Amygdala" – DJ Koze
O último disco de Stefan Kozalla mostra que ainda há muita criatividade na música eletrônica alemã. Com batidas de minimal techno, efeitos lúdicos e estrutura pop, o produtor de Hamburgo fez um disco cheio de sutileza e empolgação, no qual batidas se juntam a aventurosas harmonias e charmosos vocais, criando uma seleção que funciona dentro e fora dos clubes. Não deixe de ouvir "Nices wölkchen".
"#2" – Thees Uhlmann
Parece que Thees Uhlmann encontrou seu caminho no segundo disco solo. O rock pop do ex-vocalista do Tomte voltou mais à vontade e confiante nas novas de canções, marcadas pelo uso mais intenso do piano. Soando descontraído, Uhlmann canta letras simples com tom de diversão e realização, fazendo do álbum uma aventura sentimental pelo universo do alemão. Não deixe de ouvir "Am 07. März".
"II" – Moderat
Quatro anos após o álbum de estreia, o grupo formado por dois dos maiores nomes da cena eletrônica berlinense – Modeselektor e Apparat – volta em grande estilo. "II" é um disco climático e apaixonante de música eletrônica sensível, que constrói um sônico soul eletrônico, no qual os sintetizadores fortes e marcados entram em perfeita sintonia com vocais pop. Não deixe de ouvir "Gita".
"Wie wir leben wollen" - Tocotronic
O disco da banda de Hamburgo encerra sua trilogia de Berlim, uma homenagem a David Bowie iniciada em 2007 com "Kapitulation". O novo álbum marca os 20 anos da banda e evidencia suas diferentes fases, com o vigor punk inicial e a elegância e complexidade pop, tanto nas melodias como nas inteligentes letras em alemão. Não deixe de ouvir "Warte auf mich auf dem Grund des Swimmingpools".
"Hinterland" - Casper
Em seu terceiro álbum, Casper mantém o espírito desafiador do rap, com sua rima característica, mas leva sua música para além do gênero. O alemão, que cresceu nos Estados Unidos e hoje vive em Berlim, explora diferentes vertentes musicais, aflorando ainda mais sua influência do rock. O sucesso do disco fez de Casper uma das mais pungentes vozes da jovem Alemanha.
"Die Kälte der neuen Biederkeit" - Adolar
A banda de Leipzig continua trilhando seu caminho, transitando entre o hardcore e o pop. O vocal emotivo e as letras sentimentais fazem do Adolar um dos maiores representantes do moderno emo alemão. "Die Kälte der neuen Biederkeit" é cheio de canções com fortes guitarras, sempre usadas de forma inteligente, criando um som multidimensional, mas sempre envolvente. Não deixe de ouvir "Raketen".
"3 is ne Party" – Fettes Brot
O título do novo disco do trio de Hamburgo mostra a direção que a banda continua tomando depois de mais de 20 anos de carreira. A idade deixou a música do Fettes Brot mais diversa e precisa, mas não tirou nem um pouco do entusiasmo pela festa e diversão. "3 is ne Party" reúne o hip hop clássico da banda com influências que animam todo o tipo de festa. Não deixe de ouvir "Für immer immer".
"#geilon" – MC Fitti
Hipster ou rapper? MC Fitti é um berlinense conhecido por sempre usar barba longa, óculos escuros e boné. Com rimas cheias de ironia, referências à cultura pop e ao estilo de vida de Berlim, o rapper e estrela do reality show "Berlin – Tag & Nacht" chegou ao segundo lugar da parada alemã com seu bem-sucedido e humorado disco de estreia. Não deixe de ouvir "Fitti mitm Bart".
"Lass die Lady rein" - Almut Klotz & Reverend Dabeler
O segundo disco do casal Almut Klotz e Reverend Dabeler é marcado pelo triunfo e pela tragédia. Essa coleção de charmosas e modernas chansons é um retrato da parceria musical e lírica de Dabeler e Klotz, escritora e um dos grandes nomes do underground berlinense, que morreu de câncer aos 53 anos, uma semana antes do lançamento do álbum, em agosto de 2013. Não deixe de ouvir "Tausendschön".
"Who’s bad" – Die Goldenen Zitronen
A alma do punk ainda permeia o trabalho do Die Golden Zinotren, banda de Hamburgo na ativa desde os anos 1980, mas que se tornou cada vez mais experimental com o passar dos anos. As 15 faixas de "Who’s bad" mostram que a banda ainda tem muito a dizer e aprimorou seu experimentalismo adicionando hip hop e música eletrônica à fórmula punk. Não deixe de ouvir: "Der Investor".
"Anysome" – Aloa Input
Uma ode à biodiversidade e à diversidade sonora. Os bávaros de Aloa Input fizeram um dos mais criativos e empolgantes discos alemães de 2013. O álbum de estreia da banda de Munique é algo como se o Animal Collective montassem uma banda de krautrock e gravassem um tributo a "Pet Sounds", dos Beach Boys. Folk experimental, colorido e alegre sem nunca ser hermético. Não deixe de ouvir "Radio".