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Diplomacia de Trump é "ingênua", diz imprensa chinesa

12 de dezembro de 2016

Presidente eleito dos EUA é alvo de críticas após ameaçar rever política de "uma só China", adotada há décadas por Washington, numa aparente tentativa de conseguir vantagens comerciais.

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Donald Trump
"Não quero que a China mande em mim" disse TrumpFoto: Reuters/M. Segar

China adverte Estados Unidos sobre aproximação com Taiwan

A imprensa estatal chinesa lançou novas críticas ao presidente eleito americano, Donald Trump, chamando o americano de "infantil" e "ingênuo" após ele sugerir que irá reavaliar o relacionamento dos EUA com Taiwan.

Em entrevista à emissora Fox News neste domingo (11/12), Trump criticou a política adotada há quase quatro décadas pelo governo americano, sob a qual Taiwan é considerada parte do território chinês.

"Não sei por que temos de estar presos a uma política de 'uma só China', a não ser que cheguemos a um acordo com a China que teria a ver com outras coisas, incluindo comércio", disse o presidente eleito.

A aparente tentativa de Trump de barganhar com Pequim para obter futuras vantagens comerciais levou a imprensa estatal chinesa a reforçar as críticas ao americano. O influente jornal Global Times, publicado pelo Partido Comunista chinês, afirmou em editorial que Trump seria "ingênuo como uma criança em termos de diplomacia", e que a política de "uma só China" não pode ser "vendida ou comprada".   

"O desejo de Trump de vender a política de 'uma só China' por interesses comerciais é um impulso infantil", diz o editorial. O jornal sugeriu que o presidente eleito se informe melhor sobre as relações EUA-China e pare de recorrer a práticas de "bullying".

Telefonema com líder de Taiwan

No início do mês, Trump irritou Pequim ao aceitar um telefonema da líder taiwanesa, Tsai Ing-wern, que o parabenizou por vencer as eleições. Esse foi o primeiro contato entre um presidente americano – eleito ou no exercício do cargo – com o governo de Taipei desde 1979, quando o ex-presidente Jimmy Carter modificou o status diplomático dado a Taiwan, que passou a ser tratado como parte da China.

"Não quero que a China mande em mim, e esse foi um telefonema feito para mim", disse o presidente. "Foi muito bom. Curto. Por que uma outra nação vem me dizer que não posso atender um telefonema?", questionou Trump, acrescentando que teria sido "muito desrespeitoso" não responder à ligação de Taipei.

RC/rtr/ap