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Dinkelsbühl, a cidade das 20 torres

Rodrigo Rodembusch26 de novembro de 2005

Paraíso de turistas, a cidade concentra todos os elementos procurados por visitantes no país: casario antigo, pratos típicos, atmosfera medieval e povo acolhedor.

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Centro da cidade preserva casario antigo

A pequena Dinkelsbühl, na Baviera, é um dos pontos altos da Rota Romântica. A preservação quase que total do centro medieval deve-se a um episódio singular envolvendo os pequenos moradores da cidade e a Guerra dos Trinta Anos. Pelo menos, é o que conta a lenda.

Conforme os moradores, em 1632, apesar da ocupação pelos suecos, Dinkelsbühl permaneceu imune aos saques e depredações. Como isso foi possível? As crianças tiveram sucesso ao pedir ao "inimigo" que a cidade fosse poupada.

Se realmente a história é verdadeira, ninguém sabe. Mas o resultado, todos podem ver: os quatro portões e as 20 torres, além do muro, estão intactos.

Segringer Tor in Dinkelsbühl
Portão Segringer é um dos 20 que ainda estão intactos

A história também deu origem à tradicional festa Die Kinderzeche, que acontece desde 1897 em julho, e que mobiliza os habitantes da cidade. Em frente ao portão de Wörnitz, crianças e adultos encenam o momento em que a filha do sentinela de Dinkelsbühl, Lore, aparece diante dos suecos e pede que a cidade não seja depredada.

Diferença entre dia e noite

Apesar da agitação do dia-a-dia, quando Dinkelsbühl recebe milhares de turistas (na sua maioria norte-americanos e japoneses), a noite reserva aos que ficam na cidade um cenário idílico. Ruas calmas, silêncio e tranqüilidade. Além do muro, as torres e portões são iluminados, dando ao local um clima ideal de retono à Idade Média.

Münster St. Georg in Dinkelsbühl
Detalhe da torre da Catedral de São Jorge

A razão para tamanha diferença é que a cidade-irmã, Rothenburg ob der Taube, concentra a maioria dos visitantes por ser mais famosa no exterior. De lá partem passeios para as localidades vizinhas. Dinkelsbühl pode perder na ocupação hoteleira, mas ganha nos atrativos à noite.

Entre eles, o guarda noturno que faz uma "ronda" pelas ruas da cidade no verão. Com traje típico, lampião e uma corneta, o personagem já conhecido dos moradores faz uma parada em frente a cada hotel e declama um de seus versos. Como pagamento, recebe uma taça de vinho. Quanto mais longo é o tour, mais divertido fica o sentinela...

Mais antiga que o Brasil

Com três andares de história, a Deutsches Haus (Casa Alemã, hoje um hotel) é uma das construções mais antigas da cidade. Foi erguida em 1440 durante o período de florescimento de Dinkelsbühl. Época em que o Brasil ainda não tinha recebido a visita dos portugueses.

Deutsches Haus (mitte) in Dinkelsbühl
Deutsches Haus (no meio) é uma das cinco construções que ornamentam o Weinmarkt

Em 1600 foi ampliada e recebeu uma fachada em estilo enxaimel. Conforme historiadores, a Deutsches Haus é uma das grandes realizações da Renascença tardia alemã.

A casa, juntamente com outras quatro, ornamentava, no passado, o Mercado de Vinho, local onde residiam as famílias abastadas. Também imponente no local é a Catedral de São Jorge, construída entre 1448 e 1499.

Bola de neve

Além do vinho da região, a cidade oferece ainda uma especialidade: a schneeball (bola de neve). Por mais lógico que pareça, o gelo não é um dos ingredientes deste "biscoito" típico. Largas tiras de massa são intercaladas até que se transformam em uma bola que depois é frita em óleo fervente.

A origem desta forma geométrica comestível é simples: a schneeball era um presente de despedida para visitantes que vinham à região como convidados de casamento.