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Dilma vai se pronunciar

Ericka de Sá, de Brasília22 de junho de 2013

Presidente se reuniu com ministros, governadores e parlamentares e vai falar em cadeia de rádio e televisão às 21h. Fifa descarta cancelamento da Copa das Confederações.

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Foto: Getty Images/AFP

A presidente da República, Dilma Rousseff, fará um pronunciamento à nação, que será transmitido em cadeia de rádio e televisão às 21h (horário de Brasília), sobre as manifestações dos últimos dias no Brasil. Ao longo do dia, Dilma conversou com ministros, governadores e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Com a força crescente das manifestações registradas no país nos últimos dias, o governo deu sinais de que está preocupado com as consequências dos protestos. Novas manifestações estão acontecendo no país nesta sexta-feira.

A agenda oficial da presidente para esta sexta-feira incluiu uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Após o encontro, que durou cerca de duas horas, o ministro deixou o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa. Também estiveram com a presidente os ministros do Esporte, Aldo Rebelo, e da Educação, Aloizio Mercadante.

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, era, até o fim da tarde, o único nome da cúpula do governo que havia se pronunciado. Ele admitiu que o governo está preocupado com a influência dos protestos na Jornada Mundial da Juventude, encontro da Igreja Católica que ocorre daqui a menos de um mês no Rio de Janeiro.

Carvalho reforçou que as manifestações nas ruas são expressões de cidadania e que elas representam uma insatisfação popular e exigem atitudes do governo. "Essa grande camada dos brasileiros que emergiu da exclusão e que passou a consumir, que passou a se movimentar mais, ela quer novos direitos e é natural, é bom que assim o seja. As pessoas não se contentam com o meio caminho. Portanto nós mesmos criamos, digamos assim, condições para que houvesse um novo padrão de exigência", disse.

Manifestações irresponsáveis e de vandalismo, nas palavras do secretário, preocupam o governo. "Ver a Esplanada [dos Ministérios] amanhecer do jeito que ela amanheceu, com serviços públicos afetados – como são os pontos de ônibus –, e símbolos públicos importantes, como o Itamaraty e a Catedral de Brasília", lamentou.

Depredação

O Ministério das Relações Exteriores também se pronunciou a respeito das ações violentas que deixaram a fachada do prédio do Itamaraty danificada. Em comunicado, o órgão esclareceu que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, dirigiu-se ao prédio assim que soube do ocorrido. "Com o apoio da polícia militar e dos fuzileiros navais, foi possível evitar o agravamento da situação", diz a nota.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal iniciou a perícia que deve ajudar as autoridades a identificaros responsáveis pelos danos. No final da tarde,, funcionários promoveram um abraço simbólico ao prédio do Itamaraty.

A Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) também condenou a violência registrada na quinta-feira. "Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito", afirma a nota divulgada pela instituição.

O presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis, tem encontro marcado com a presidente Dilma Rousseff para a noite desta sexta-feira.

Copa ameaçada?

Alguns analistas esportivos brasileiros chegaram a alimentar rumores de que a Fifa estaria considerando cancelar a Copa das Confederações caso as manifestações violentas não fossem controladas. No final a manhã desta sexta, a Fifa afirmou, através de comunicado, que não existe a possibilidade de cancelamento e que nenhuma seleção pediu para abandonar a competição.

Apesar disso, a entidade continua a monitorar a evolução dos acontecimentos. "Em nenhum momento a Fifa, o COL [Comitê Organizador Local] ou o governo federal discutiram ou sequer consideraram o cancelamento da Copa das Confederações. Nós não recebemos qualquer pedido, de qualquer equipe, relativo a deixar o Brasil”, disse a Fifa, através de comunicado.

Para esta sexta-feira, não há jogos marcados. O próximo jogo é entre Brasil e Itália, no sábado, na cidade de Salvador, e novos protestos deverão acontecer.