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Diálogo sobre crise síria será retomado em duas semanas

30 de outubro de 2015

Todos os participantes do encontro em Viena concordam em apoiar um governo de transição para a Síria nos próximos meses. Ministro do Exterior alemão celebra progressos, mas diz que desfecho segue distante.

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Diplomatas discutem soluções para a crise síria em encontro realizada no Hotel Imperial, em VienaFoto: picture-alliance/AA/C. Oguz Gumrukcu

As negociações para o fim da guerra civil na Síria continuarão em duas semanas, disse o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, após o término dos debates nesta sexta-feira (30/10), em Viena. O próximo encontro provavelmente também será realizado na capital austríaca.

Segundo o diplomata alemão, a cúpula sobre a crise síria trouxe progressos. No entanto, ao mesmo tempo, Steinmeier admitiu que uma solução está longe de ser alcançada. "Não há ilusões sobre o fato de que a maior parte do trabalho ainda está diante de nós", disse.

Todos os participantes do encontro em Viena concordaram em apoiar um governo de transição para a Síria nos próximos meses, afirmou Steinmeier. Algumas delegações vazaram a informação de que até um cessar-fogo de quatro a seis semanas esteve em pauta. Steinmeier, porém, citou apenas tréguas "nacionais ou regionais". Nesse caso, a intermediação deve ser realizada pelas Nações Unidas.

Syrien-Konferenz in Wien Steinmeier
Steinmeier: "Não há ilusões sobre o fato de que a maior parte do trabalho ainda está diante de nós"Foto: Reuters/L. Foeger

Dezessete países – Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque, Egito, Catar, Emirados Árabes Unidos, Omã, além dos arqui-inimigos Arábia Saudita e Irã – acompanhados de delegações da União Europeia (UE) e da ONU se reuniram no lendário Hotel Imperial.

O primeiro grande encontro para debater a crise síria não teve representantes nem do regime do presidente Bashar al-Assad nem da oposição síria. No entanto, a simples realização do encontro, principalmente por colocar países rivais na mesa de negociações, é considerado um primeiro sucesso diplomático.

Nas palavras do ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, o principal ponto de discórdia é o futuro do presidente sírio. "Está fora de questão que o senhor Assad participe do futuro da Síria", afirmou. Ele salientou, porém, que existem aspectos em que os intervenientes estrangeiros estão em sintonia, "nomeadamente sobre o processo de transição, a perspectiva de eleições e de que forma isso poderá ser organizado, e o papel das Nações Unidas".

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também mencionou diferenças persistentes entre Washington, Moscou e Teerã. A maioria das delegações deixou o encontro sem prestar declarações.

A chefe da política externa da UE, Federica Mogherini, também classificou as conversações como construtivas. "Problemas importantes persistem, mas conseguimos chegar a pontos de consenso. Essa reunião não é fácil, mas é histórica", afirmou.

PV/lusa/rtr/dpa/ap