Dez filmes de Woody Allen
Diretor completa 80 anos, tão producente quanto no início da carreira: a média continua sendo praticamente de um filme por ano. Selecionamos dez trabalhos que marcaram sua trajetória no cinema.
Noivo neurótico, noiva nervosa
Quando Woody Allen lançou seu sexto filme, em 1977, o estilo intelectual-neurótico já era uma marca em sua carreira. Mas "Annie Hall" – lançado no Brasil como "Noivo neurótico, noiva nervosa" – levou à telona novos níveis de reflexão, com traços mais profundos e psicológicos nos personagens. O resultado é uma obra-prima, vencedora do Oscar de Melhor Filme em 1978.
Manhattan
Dois anos depois, chegou aos cinemas outra obra-prima: "Manhattan" é considerado por muitos o melhor dos filmes de Woody Alllen – e um dos maiores tributos do cinema a Nova York. A comédia romântica é estrelada pelo próprio diretor, ao lado da ex-mulher Diane Keaton e de Meryl Streep, então em início de carreira.
Memórias
"Memórias", de 1980, é considerado pelo próprio Woody Allen um dos seus melhores trabalhos. O filme explora as contradições das aspirações artísticas do diretor: conhecido até então mais pelo trabalho como comediante, Allen se mostrou um cineasta pensativo, que tinha, entre outros, o sueco Ingmar Bergman como inspiração. "Memórias" documenta essa crise de identidade, sem deixar o humor de lado.
Zelig
O diretor surpreendeu o mundo do cinema em 1983 com "Zelig", uma comédia em preto e branco narrada como documentário. O filme tem Woody Allen no papel de Leonard Zelig, uma figura de caráter fraco e desamparada que se adapta de forma tão intensa ao ambiente que acaba em constante transformação – uma crítica sutil ao oportunismo. Mia Farrow, então casada com Allen, estrela o filme ao lado dele.
A rosa púrpura do Cairo
Woddy Allen criou em "A rosa púrpura do Cairo", de 1985, um dos papéis mais bonitos da carreira de Mia Farrow: Cecilia, a jovem e infeliz garçonete que vai ao cinema com frequência em busca de se libertar do marasmo de sua vida. Os personagens de seus filmes favoritos acabam se tornando reais – numa bela reflexão sobre o poder do cinema.
Hannah e suas irmãs
Em "Hannah e suas irmãs" (1986), Woody Allen deu a seu público um filme filosoficamente profundo e intelectualmente maduro, que provou o talento do diretor para criar papéis para mulheres. Mia Farrow, Barbara Hershey, Carrie Fisher, Dianne Wiest e Maureen O'Sullivan estrelam o longa, que tem ainda Michael Caine e, num papel secundário, o próprio Allen.
A era do rádio
"A era do rádio", de 1997, faz tributo ao poder da mídia. Conta a história de uma típica família judia do bairro do Queens, em Nova York, que se reúne regularmente nos anos 1930 e 1940 para ouvir rádio em casa. O filme é um retrato bonito e bem-humorado da era de ouro do rádio americano.
Crimes e pecados
Woody Allen uniu drama e comédia em "Crimes e pecados" (1990), um caleidoscópio de histórias e personagens entrelaçados numa trama existencial. Estrelando ao lado do próprio diretor, um elenco de grandes atores, como Martin Landau e Mia Farrow.
Match Point
Após uma série de filmes fracos, que davam a impressão de que Woody Allen apenas se repetia, "Match Point" mostrou o diretor em grande forma. O longa não é uma comédia centrada em Nova York, mas um thriller envolvente filmado na Inglaterra, que acabou lançando a carreira internacional de Scarlett Johansson.
Vicky Cristina Barcelona
Na última década, Woody Allen vem filmando em diferentes cidades europeias. Desta fase, "Vicky Cristina Barcelona" (2008) é provavelmente o seu melhor filme, ao lado de "Meia-noite em Paris" (2011). O longa rodado na Espanha conta com grande elenco, que inclui Scarlett Johansson, Penélope Cruz e Javier Bardem.