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Crise diplomática

DW (rsr)12 de novembro de 2008

A prisão de Rose Kabuye e sua provável extradição geram protestos e críticas do presidente de Ruanda. Embaixador alemão em Kigali solicitado a deixar o país.

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Rose Kabuye (à esquerda) está detida em prisão alemãFoto: AP

Após protestos contra a Alemanha com a participação de 2 mil pessoas em Ruanda, na segunda-feira (10/11), a detenção em Frankfurt e possível extradição da chefe de protocolo do governo de Ruanda, Rose Kabuye, provocou uma crise diplomática. Após visitar Kabuye em Frankfurt, o presidente ruandês, Paul Kigame, dirigiu duras críticas ao governo alemão, ressaltando que a detenção lesa a soberania de seu país.

Além disso, Kigali pediu que o embaixador alemão, Christian Clages, deixe o país. O Ministério alemão das Relações Exteriores confirmou que o diplomata voltará a Berlim para consultações.

A ministra das Relações Exteriores de Ruanda, Rosemary Museminali, confirmou o pedido. "Solicitamos que o embaixador deixe nosso país até que a questão seja resolvida", explicou. Da mesma forma, o embaixador ruandês em Berlim, Eugène-Richard Gasana, foi chamado de volta ao seu país. "Não cortamos relações com a Alemanha. Não é uma medida permanente", esclareceu.

A crise foi iniciada com a detenção de Kabuye no último domingo (9/11), em Frankfurt. Nos próximos dias, ela poderá ser extraditada para a França, que havia expedido ordem internacional de prisão contra ela em 2006.

Relação estremecida

Ruandischer Staatspräsident Paul Kagame
Presidente ruandês fez duras críticas à detenção de Rose KabuyeFoto: picture-alliance/dpa

O presidente ruandês, Paul Kagame, considerou a prisão de sua chefe de protocolo uma agressão à soberania. Após visitar Kabuye na prisão, ele disse que "tais ações são simplesmente uma questão de arrogância".

Ele espera que a integrante do governo seja extraditada nos próximos dias para a França. O advogado de Kabuye ressaltou que ela está preparada para enfrentar o julgamento.

Para Kagame, a detenção pode afetar as relações entre Ruanda, Alemanha e França. Também a cooperação de seu país com a União Européia para a resolução da crise na República Democrática do Congo pode ser afetada, advertiu Kagame.

Kabuye e mais oito membros do atual governo ruandês são acusados de participarem de uma associação terrorista e de envolvimento na derrubada do avião em que se encontrava o então presidente Juvenal Habyarimana, causando sua morte em 1995.

Seu assassinato resultou no genocídio que vitimou 800 mil pessoas em Ruanda. A Justiça francesa trata do caso porque os dois pilotos do avião eram franceses.