Desperdício de dinheiro público na Alemanha
De custos exorbitantes de obras, a erros de planejamento e investimentos polêmicos: veja o que a União Alemã de Contribuintes considerou "desperdício de dinheiro público" em 2015.
Dez milhões de aluguel para salas vazias
O Ministério do Interior da Alemanha mudou-se para um novo prédio em Berlim em abril de 2015. Mesmo assim, teve de continuar pagando por mais um ano o aluguel do prédio que ficou desocupado, num total de mais de dez milhões de euros. O Ministério Público está investigando se houve erros no contrato de aluguel.
Propaganda cara
O serviço militar deixou de ser obrigatório na Alemanha em 2011. A Bundeswehr (Exército alemão) reduziu seu pessoal, oferecendo aposentadoria prematura ou demissões com indenização. Só que nos últimos anos o Ministério da Defesa da Alemanha passou a ter problemas com a falta de soldados, e para isso lançou uma campanha que custou 11 milhões de euros.
Trilhos que não se encontram
Para construir uma nova ponte, a cidade de Schwerin transferiu os trilhos de bonde para a pista contrária. Mas como havia sido feita uma obra no calçadão de pedestres, não funcionou a conexão com os trilhos já existentes. Os transtornos custaram ao contribuinte 137 mil euros, mais o laudo da perícia, de 205 mil euros.
A cara lixeira
Esta luxuosa lixeira, modelo "Toluca", custa 1.258 euros. E a cidade de Leverkusen comprou 30 delas para embelezar o calçadão da cidade. Segundo a União Alemã de Contribuintes, a compra foi feita sem a participação do conselho distrital competente e sem examinar alternativas. A cidade de Essen, que fica ali perto, encontrou uma solução mais barata, por 150 euros por balde de lixo.
Economizar para o estádio
Talvez a cidade de Essen tenha optado por lixeiras baratas por causa dos altos custos do novo estádio de futebol do clube da cidade, da quarta divisão, que extrapolou o orçamento planejado. Os custos de 42,8 milhões de euros previstos inicialmente acabaram inchando para 64,4 milhões. Agora a prefeitura tem de economizar em outras áreas, como esporte, escolas, museus e ciclovias.
Milhões para um buraco
O lago Geiseltal, o maior lago artificial da Alemanha, fica numa antiga área de mineração, no estado de Saxônia-Anhalt. A intenção é torná-lo atração turística, com calçadão, marina e casas de férias. Para isso, já foram investidos 25 milhões de euros, mas ainda não foi encontrado um investidor que queira administrar o negócio.
Cara solução de emergência
A cidade de Wiesbaden gastou 10 milhões de euros no planejamento de um museu municipal que não chegou a ser construído. Clemens Knobloch, da União Alemã de Contribuintes, mostra o plano para o museu. As exposições estão sendo feitas em instalações provisórias em outro local.
Prédio vazio em Nova York
Na 5ª Avenida, um dos endereços mais nobres de Nova York, o governo alemão possui um prédio (o telhado verde, na foto), cujo valor é estimado em 50 milhões de euros. Antigamente ele era ocupado pelo Instituto Goethe, mas desde 2009 está vazio por causa de problemas na segurança contra incêndios. Mesmo assim, ele custa 160 mil euros por ano.
"Livro Negro" do desperdício
Estes e outros "desperdícios do dinheiro público" foram publicados pela União Alemã de Contribuintes no "Livro negro" do desperdício público, que também reivindica menos burocracia. Dois terços dos afiliados da União Alemã de Contribuintes são empresas de médio porte.