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Desemprego ameaça lei de imigração

Estelina Farias6 de fevereiro de 2002

Aumento do desemprego diminui a aceitação da lei planejada para facilitar o ingresso de trabalhadores estrangeiros na Alemanha.

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Candidato da oposição, Edmund Stoiber, pode se beneficiar com o desempregoFoto: AP

O aumento do desemprego na Alemanha, de 9,6% em dezembro para 10,4% em janeiro, anunciado nesta quarta-feira, ameaça sepultar o projeto de lei de imigração, que está tramitando no Parlamento em Berlim. A notícia sobre o registro de 4,28 milhões de desempregados no mês passado já deu início a uma contenda entre os dois parceiros da coalizão de governo chefiada pelo chanceler federal, Gerhard Schröder.

Os verdes exortaram os social-democratas a não se desviarem de pontos decisivos da lei de imigração por causa da situação tensa no mercado de trabalho. O perito em política interna do Partido Verde, deputado Volker Beck, advertiu que não devem ser, absolutamente, questionados os processos planejados para seleção de trabalhadores estrangeiros de formação profissional pequena e média para virem trabalhar no país

Com isso, o parlamentar de atuação destacada no Parlamento em Berlim (Bundestag) reagiu à opinião de grande parte dos membros do Partido Social Democrático (SPD), expressada pelo deputado Dieter Wiefelspütz, de que está muito difícil aprovar uma lei de estrangeiros com tantos desempregados no país. Por motivos estratégicos eleitorais, reina grande apreensão na coligação governamental com a questão de imigração. Em setembro haverá eleição para o Parlamento e o governo. O alto índice de desemprego pode ser o maior cabo eleitoral da oposição conservadora democrata-cristã (CDU) e social-cristã (CSU).

No momento em que o Departamento Federal do Trabalho anunciava o novo índice de desemprego, o concorrente do chanceler federal Schröder, Edmund Stoiber, estava em campanha eleitoral no leste alemão, onde a taxa de desocupados é de 19,1%.

Aceitação

- O registro de 4,28 milhões de desempregados em janeiro reduziu muito a aceitação de uma lei de imigração, na opinião de muitos social-democratas. Nas circunstâncias atuais, segundo o deputado Wiefelspütz, os desempregados na Alemanha – sejam alemães ou imigrantes – têm de ter prioridade absoluta sobre o ingresso de outros estrangeiros.

"A quota de novos imigrantes com formação pequena ou média deve ser zero nos próximo anos", disse o social-democrata. Com isso, ele destacou a opinião de Schröder favorável a um reforço no aperfeiçoamento profissional dos alemães situados na base da pirâmide social para aumentar suas chances no mercado de trabalho.

Objetivo

- O projeto de lei de imigração em tramitação do Parlamento depois de anos de debate, visa suprir a escassez de mão-de-obra especializada no mercado de trabalho, sobretudo de especialistas em informática e engenheiros, e também garantir o financiamento das aposentadorias, em virtude do envelhecimento da população alemão.