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Desarmamento começa na vida cotidiana

Martina Reuter (sm)4 de agosto de 2002

O controle armamentista é uma tarefa bastante difícil, sobretudo diante da ameaça de terrorismo em todo o mundo. O BICC, em Bonn, promove o desarmamento de base através de programas de combate a armas de pequeno porte.

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Granada iugoslava e pistola automática tcheca apreendidas na fronteira da AlemanhaFoto: AP

A proliferação de armas de pequeno porte representa um problema mundial. O incentivo ao combate contra as "armas do cotidiano" é a principal função da Central de Apoio ao Desarmamento Prático, ligada ao Centro Internacional de Conversão (BICC), em Bonn. "A prioridade do nosso trabalho é eliminar todos os instrumentos de violência, sobretudo as armas militares", destaca Peter Croll, diretor do BICC.

Nas regiões afetadas por conflitos políticos, mais de 600 milhões de armas circulam livremente, sem qualquer controle. Em geral, trata-se de Kalashnikovs provindas da antiga União Soviética, rifles G3 produzidos na Alemanha, fuzis M16 ou metralhadoras Uzzi israelenses.

Linguagem das armas

Em geral, são armamentos que restaram de guerras civis, confrontos locais ou guerras entre nações. Nos mercados de Cabul, Nairobi, Bogotá e Beirute, os preços são baixos. Por 100 dólares já é possível adquirir uma arma de precisão, de longa durabilidade. "Onde há armas de fogo em excesso, a vida pública sempre sai prejudicada. Brigas culminam facilmente em tiroteios e conflitos políticos terminam em guerra", afirma Sami Faltas, do BICC.

Seja no Congo, na Colômbia, no Sri Lanka, no Afeganistão ou na Palestina, cada vez mais usam-se armamentos para o extermínio de massa. A cada ano, 300 mil pessoas morrem em confrontos e outras 200 mil são vítimas da criminalidade armada. Milhões são aterrorizados, sofrem ferimentos ou são desterrados.

Medo das armas

As conseqüências do medo podem atingir dimensões extremas. Muitos pais não arriscam mais mandar seus filhos para a escola. Camponeses são impedidos de cultivar a terra. Investidores se recusam a fundar novas empresas. Referindo-se às possibilidades de coação através das armas, Sami Faltas alerta que apenas pessoas altamente treinadas com tarefas bem definidas e absoluta consciência de sua responsabilidade deveriam ser autorizadas a portar armas.

Na melhor das hipóteses, o processo de desarmamento deveria começar com o fortalecimento da segurança pública e das estruturas jurídicas. A meta deve der armazenar com segurança as armas apreendidas, para posteriormente destruí-las. Para isso requerem-se especialistas em desarmamento prático, com conhecimentos específicos da região em questão.