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Del Ponte considera morte de Milosevic revés para a Justiça

(rw)12 de março de 2006

Promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia, Carla del Ponte, lamentou a morte de Slobodan Milosevic a poucos meses do fim do seu julgamento e exige prisões de Karadzic e Mladic.

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Carla del Ponte quer a prisão de Karadzic e MladicFoto: AP

Ao lado do presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fausto Pocar, Carla del Ponte disse neste domingo (12/03) que a morte de Milosevic na sua cela da prisão do tribunal, em Haia, no sábado, torna mais urgente do que nunca a captura dos fugitivos sérvio-bósnios Radovan Karadzic e Ratko Mladic.

"Lamento profundamente a morte de Slobodan Milosevic", disse, explicando que ela "priva as vítimas da justiça de que elas precisam e merecem. Agora, mais do que nunca, espero que a Sérvia-Montenegro detenha e transfira para Haia o mais cedo possível (os líderes civis e militares sérvio-bósnios) Ratko Mladic e Radovan Karadzic", declarou Del Ponte. Ambos são considerados responsáveis pelo massacre de 8 mil muçulmanos em Srebrenica (Bósnia) em 1995.

O presidente do TPI manifestou também a sua "profunda decepção" por "não ser possível concluir o julgamento" do ex-presidente da Iugoslávia. Ele estava sendo julgado há quatro anos e era acusado de por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.

Tribunal nega responsabilidade pela morte

Slobodan Milosevic, de 64 anos, foi encontrado morto em sua cela no centro de detenção das Nações Unidas em Haia. Ele sofria há muito tempo de problemas cardiovasculares e hipertensão.

A viúva de Milosevic, Mira Markovic, e seu irmão mais velho, Borislav, responsabilizaram o TPI pela morte porque os juízes recusaram um pedido do antigo líder iugoslavo para se tratar dos problemas de que sofria num centro hospitalar russo.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia negou qualquer responsabilidade na sua morte. "O TPI não é responsável pela infeliz morte de Milosevic, a quem oferecemos sempre o maior cuidado médico possível", declarou à agência espanhola EFE o porta-voz da TPI, Chartier Christian.