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Defesa de Lula apresenta recibos com datas inexistentes

27 de setembro de 2017

Documentos têm 31 de junho e 31 de novembro como data de vencimento. Recibos comprovariam pagamento de aluguel de apartamento alvo de uma investigação da Operação Lava Jato.

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Lula prestou depoimento sobre caso em meados de setembro
Lula prestou depoimento sobre caso em meados de setembroFoto: Reuters/U. Marcelino

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou dois recibos para comprar o pagamento de aluguel de um apartamento em São Bernardo do Campo, alvo de uma investigação da Operação Lava Jato, com datas inexistentes.

Nos recibos constam como data de vencimento do aluguel 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015. Os documentos foram assinados por Glaucos da Costamarques que aparece como proprietário do imóvel. Apesar do erro na data da quitação, a data da assinatura está correta.

Além destes recibos, a defesa apresentou nesta segunda-feira (25/09) outros 24, referentes ao pagamento de cinco anos de aluguel a partir de 2011, e a cópia do contrato firmando com Costamarques, que é parente do pecuarista José Carlos Bumlai.

Veja trechos do segundo depoimento de Lula a Sérgio Moro

No processo referente ao apartamento, Lula é acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, o ex-presidente teria participado de um esquema para desviar de 2% a 3% dos valores de contratos assinados entre a Odebrecht e a Petrobras.

O imóvel seria parte da propina repassada ao petista pela empreiteira. Costamarques teria agido como laranja no esquema.

Em nota, a defesa do ex-presidente afirma que os erros nos dois não recibos não têm relevância no conjunto probatório e destaca que os documentos apresentados provam que os alugueis foram pagos.

Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, Lula negou qualquer irregularidade e afirmou que os pagamentos dos alugueis foram registrados em declarações do imposto de renda dele e do próprio Costamarques.

Já Costamarques disse em depoimento que, apesar de ter declarado no imposto de renda, só recebeu pelos alugueis a partir de 2015, após a prisão de Bumlai. Os delatores da Odebrecht negam ter vínculo com o apartamento.

Atualmente, o ex-presidente é réu em sete ações penais. No Distrito Federal, responde por obstrução de Justiça por ter supostamente tentado comprar o silêncio de Nestor Cerveró; por tráfico de influência no BNDES para favorecer a Odebrecht; por tráfico de influência na compra de caças suecos; e, no âmbito da Operação Zelotes, pelo crime de corrupção passiva.

Já no Paraná, além do caso do imóvel em São Bernardo do Campo, ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo um sítio em Atibaia (SP). Ainda foi condenado, mas recorre em liberdade, em caso de corrupção envolvendo um apartamento no Guarujá, no litoral paulista.

CN/ots