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Decisão final da convenção nacional não apóia, mas "aceita" ação militar

Marcio Weichert25 de novembro de 2001

Apesar do texto cauteloso, líderes verdes comemoram vitória. Esquerdistas e pacifistas sofrem derrota arrasadora. Divergências sobre possibilidade de nova fuga de militantes.

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O ministro Fischer suou para convencer os delegados em RostockFoto: AP

A resolução final da Convenção Nacional do Partido Verde, em Rostock, revela que seus delegados votaram mais a favor da permanência no governo do que da participação das Forças Armadas alemãs na guerra antiterror. O texto aprovado evita os termos "aprovar" e "apoiar" e usa "aceitar" a decisão da bancada federal verde, que votou no Bundestag a favor do uso de tropas da Bundeswehr no combate ao terrorismo mundial.

Mesmo assim, a direção nacional do partido comemora a resolução, aprovada por esmagadora maioria dos 700 delegados. Para o ministro do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, a decisão é um "bom sinal" para o próximo ano eleitoral. Durante os debates, o ministro do Exterior e vice-chanceler federal, Joschka Fischer, havia dito que a convenção decidiria se os verdes iriam continuar "no espectro partidário".

Fischer também enfatizara que "ninguém no partido quer a guerra". No entanto, "os atentados terroristas de 11 de setembro foram uma declaração de guerra aos Estados Unidos", aliados da Alemanha na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). E seus autores deviam ser "combatidos com uma política de paz". Em caso de necessidade "também com o emprego de força militar".

Esquerdistas e pacifistas

– A convenção de Rostock significou uma dura derrota para as correntes esquerdistas e pacifistas. Nenhuma de suas propostas de resolução conseguiu votos suficientes para chegar ao segundo turno de uma votação. Mesmo assim, algumas de suas reivindicações foram contempladas no texto final, como observações de que a Bundeswehr não poderá ser enviada para missões na Somália, nem no Iraque. A convenção também aprovou a reivindicação de que dez usinas atômicas sejam desativadas antes do planejado, devido ao perigo de ataques terroristas a elas.

Para decepção de alguns esquerdistas, o debate previsto sobre globalização acabou adiado, pois a maratona de discursos e votações sobre a guerra antiterror consumiu toda a tarde e noite de sábado. O Partido Verde havia planejado sair de Rostock também com uma resolução a favor de maior justiça no comércio mundial.

Fuga de filiados

– Como já era de se esperar, alguns dos derrotados na convenção previram nova evasão de filiados e eleitores. O deputado federal Winfried Hermann foi um deles: "O partido não vai rachar, mas perderá muito." A parlamentar Annelie Buntenbach também comentou: "Eu própria já me senti mais em casa neste partido." Buntenbach teme que o Partido Verde ficará estreito demais para as pessoas com "raízes no movimento pacifista". No Bundestag, ambos votaram contra o governo e a ação militar.

A presidente verde Claudia Roth não acredita em fuga de filiados. Segundo a integrante da ala esquerdista, mas pró-governo, seus companheiros já foram praticamente dizimados nos últimos anos.

Leste

– Ao encerrar a convenção neste domingo, os delegados verdes aprovaram ainda maior dedicação do partido ao Leste alemão. Os diretórios locais deverão receber maior apoio da direção nacional e a questão do emprego deverá ganhar maior destaque nas campanhas, sem se perder de vista os temas ambientais.

"Se não entrarmos, a médio prazo, em todos os parlamentos estaduais do Leste, estaremos fadados a ser um partido regional, do ocidente", afirmou o também presidente do Partido Verde Fritz Kuhn. Atualmente, os verdes não têm representantes em nenhum dos parlamentos dos cinco estados da antiga Alemanha Oriental.