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Crise no futebol afeta o Campeonato Alemão

Marion Andrea Strüssmann6 de agosto de 2002

Faltando apenas três dias para o começo da 40ª edição da Bundesliga, o clima no futebol alemão é um tanto desolador. A atual crise está abafando a euforia dos anos anteriores.

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Logotipo da Bundesliga, temporada 2002/03

Pouco antes do início da temporada 2002/2003 do Campeonato Alemão, os clubes amargam manchetes negativas sobre o futebol no país, com as acusações de pagamento de salários ilícitos, desemprego de profissionais, arrocho salarial e também a falência do grupo de mídia Kirch, que resultou na redução da receita proveniente da venda das cotas de transmissão da Bundesliga.

Para Michael Meier, diretor do Borussia Dortmund, time campeão da temporada passada e que jogará contra o Hertha Berlim na partida de estréia, sexta-feira (09/08), a situação atual continua tão dramática quanto na época do anúncio da falência do grupo Kirch, em abril deste ano. Heribert Bruchhagen, da Liga Alemã de Futebol (DFL) acredita que os clubes precisarão de, pelo menos, dois anos para adaptarem o orçamento interno ao corte nos ganhos.

Enquanto isso, a palavra de ordem continua sendo economia. Até os grandes clubes, como o Bayern de Munique, pretendem apertar o cinto e poupar nos gastos. Além de representar perdas entre 20% e 25% no orçamento de cada clube, a crise desencadeada pelo grupo Kirch pôs fim, definitivamente, à época de prosperidade e fartura no futebol alemão. Basta lembrar que cerca de 108 craques estão desempregados.

Apesar de os clubes anunciarem medidas de economia, são poucos os que já as colocaram em prática. O orçamento total dos 18 clubes da primeira divisão nesta temporada é de 664,9 milhões de euros, bem superior ao da temporada anterior, calculado em 633,5 milhões de euros. A tendência, entretanto, é uma drástica redução de ganhos que se refletirá impreterivelmente nos jogos do Campeonato Alemão programados para o próximo ano.

Conseqüências -

Um dos primeiros reflexos da crise financeira nota-se no valor do passe dos jogadores. Ao invés dos 151 milhões de euros investidos na temporada passada, só foram gastos 105,5 milhões nas transações de craques. "O tempo da generosidade acabou", declarou o diretor do Kaiserslautern, Jürgen Friedrich.

O Stuttgart já adotou medidas enérgicas. Com dívidas no montante de 20 milhões de euros, o clube aboliu os prêmios por vitória que eram concedidos aos jogadores. "Nós precisamos economizar 5,5 milhões de euros por causa da falência do Kirch. Infelizmente não tenho outra alternativa", justificou o diretor do Stuttgart, Rolf Rüssmann.

Esporte -

Já no lado esportivo tudo parece estagnado. O time favorito continua sendo o Bayern de Munique, seguido pelo Borussia Dortmund e Bayer Leverkusen. O treinador do Bayern, Ottmar Hitzfeld, que na temporada passada não conseguiu o quarto título consecutivo para o clube bávaro, sabe da responsabilidade que tem, de não decepcionar os fãs. "Nosso objetivo é ser campeão da Alemanha", frisou Hitzfeld, que conta agora com a presença dos recém-contratados Michael Ballack, Zé Roberto e Sebastian Deisler no time.

Como sempre, o Dortmund e o Leverkusen também sonham com o título máximo do futebol alemão e vão à luta por ele. A novidade seria a determinação do Hertha Berlim, que, segundo o diretor Dieter Hoeness, tem como objetivo ficar entre os três primeiros colocados, com a ajuda do novo técnico, Huub Stevens.