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Verdes alemães reelegem líderes

17 de novembro de 2012

Claudia Roth e Cem Özdemir foram reeleitos com larga maioria para a liderança do Partido Verde na Alemanha. Convenção aprovou medidas de cunho social e aposta em troca de governo nas próximas eleições parlamentares.

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Foto: picture-alliance/dpa

A convenção do Partido Verde, com duração de três dias em Hannover, confirmou Claudia Roth e Cem Özdemir na liderança da facção. Segundo Roth, o momento de pesar pela perda do governo para a atual coalizão liberal-democrata-cristã, de perfil conservador, já passou. A política afirmou que pretende voltar ao governo após as próximas eleições parlamentares, a serem realizadas em 2013.

A líder verde, eleita neste sábado (17/11) com 88,5% dos votos dos cerca de 800 deputados do partido, ocupa o posto desde 2001. Embora seja bem-vista nos quadros do partido, Roth esbarra em resistências de muitos verdes que acham um exagero manter sempre os mesmos nomes nos cargos de liderança.

Há uma semana, Jürgen Trittin, ex-ministro do Meio Ambiente e líder parlamentar do partido, e Katrin Göring-Eckardt, vice-presidente do Parlamento alemão, haviam sido eleitos pelas bases da facção para para encabeçar a lista verde nas eleições parlamentares do ano que vem. Cerca de 62% dos 60 mil filiados participaram da escolha.

Os resultados da convenção deste sábado, porém, contradizem a opção das bases, mostrando que a massa dos 60 mil membros do partido, que não haviam escolhido o nome de Roth, comporta-se de forma diferente da dos delegados.

Claudia Roth (esq.) e Cem Özdemir continuam mandato frente aos verdes
Claudia Roth (esq.) e Cem Özdemir continuam mandato frente aos verdesFoto: dapd

"Não" a cortes sociais

O outro líder verde reeleito, Cem Özdemir, salientou também durante a convenção do partido que pretende "percorrer os povoados e cidades do país, a fim de explicar aos eleitores da União Democrata Cristã o que o governo Merkel fez de errado e o que poderemos fazer melhor". Özdemir foi reeleito para o posto com 83,3% dos votos.

Durante a convenção, os verdes reafirmaram o "não" do partido frente a cortes no setor social, como por exemplo reduções no seguro-desemprego. Özdemir salientou que os verdes deverão se manter fiéis a princípios do partido como a divisão de riquezas e igualdade social. O governo Merkel é, segundo ele, responsável por "uma cisão cada vez maior na sociedade".

Garantia de aposentadoria

Os verdes defendem ainda a garantia de aposentadoria para aqueles que estiveram por pelo menos 30 anos disponíveis no mercado de trabalho, a fim de combater a pobreza na terceira idade. O partido mantém seu apoio à aposentadoria aos 67 anos de idade, porém com exigências de melhores condições de trabalho para os mais idosos.

De maneira geral, a convenção reforçou a defesa de medidas de esquerda, como maior ajuda social, impostos mais altos para os mais abastados e menos sanções para os desempregados de longo prazo. "Queremos redistribuir", resumiu Brigitte Pothmer, especialista do partido em questões relacionadas a mercado de trabalho.

"Boas instituições públicas", como creches e hospitais, bem como meios de transporte em bom funcionamento, são alguns dos quesitos defendidos pelo partido. A equiparação de direitos entre homens e mulheres e mais vagas nas creches do país são outros dos pontos defendidos pela facção.

Caso retorne ao governo, o Partido Verde pretende acabar com o Betreuungsgeld – ajuda concedida pelo Estado para incentivar sobretudo as mulheres a ficarem em casa cuidando dos filhos até três anos, em vez de enviá-los a creches ou jardins de infância.

SV/dpa/afp/rtr
Revisão: Augusto Valente