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Conflito russo-ucraniano preocupa os europeus

(rw)30 de dezembro de 2005

Escala o conflito entre os dois países. Rússia dá ultimato à Ucrânia e ameaça interromper o abastecimento. Apelos para que Schröder interceda no conflito. Gasoduto que abastece Europa Ocidental passa pela Ucrânia.

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Gás para Europa Ocidental passa pela UcrâniaFoto: dpa - Report

A empresa russa Gasprom, que é controlada pelo Kremlin, concedeu um ultimato à Ucrânia nesta sexta-feira (30/12) para que aceite o drástico aumento no preço de seu gás. Caso contrário, o presidente da Gasprom, Alexei Miller, ameaçou interromper o fornecimento à Ucrânia já neste domingo, 1º de janeiro.

Na Alemanha, que é a principal compradora de gás russo, representantes de vários partidos apelaram ao ex-chanceler federal Gerhard Schröder para que interceda no caso. Schröder é grande amigo do presidente Vladimir Putin e presidente designado do futuro gasoduto teuto-russo, que está em construção e que em grande parte pertencerá à Gasprom. O ex-chanceler, no entanto, avisou através de sua assessoria que não se pronuncia sobre o caso.

Abastecimento alemão está assegurado

Segundo informações do Ministério alemão da Economia, o abastecimento do mercado alemão com gás está garantido, mesmo que a Rússia feche o gasoduto que passa por território ucraniano para abastecer a Europa Ocidental. O fornecimento pode ser feito de diversas formas, disse uma porta-voz.

Por um lado, poderiam ser usadas as reservas alemãs, capazes de suprir o mercado durante 75 dias, ou ainda poderia ser aumentada a importação da Noruega. Trinta por cento do gás consumido na Alemanha vem através da Ucrânia.

União Européia convoca reunião

Dos cerca de 110 bilhões de metros cúbicos de gás natural russo que passam a cada ano pelo gasoduto Soyuz, cerca de 16% abastecem o mercado ucraniano. O restante é destinado à Europa Ocidental.

A Comissão Executiva da União Européia já convocou uma reunião para a próxima semana com empresas fornecedoras de energia nos 25 países-membros do bloco para analisar as conseqüências do impasse russo-ucraniano.

Ucrânia terá de pagar o quádruplo

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Yushchenko quer prorrogar negociaçõesFoto: AP

O governo de Kiev deposita suas esperanças em um telegrama de seu presidente, Viktor Yushchenko, enviado ao colega de pasta russo, Vladimir Putin. Nele, a Ucrânia apela para que as negociações sejam prorrogadas até 10 de janeiro. Um porta-voz da Gasprom comentou que, com o telegrama, a Ucrânia apenas tenta ganhar tempo.

A Ucrânia e a Rússia estão em conflito há algumas semanas sobre o preço do gás fornecido por Moscou a Kiev. A Rússia reiterou nesta sexta-feira a oferta de um crédito de vários bilhões de euros a Kiev para amortecer o aumento do gás, que num golpe ficaria quatro vezes mais caro. Oferta semelhante de crédito já havia sido rejeitada na quinta-feira por Yushchenko.

Alegando adaptações ao mercado internacional, a partir de janeiro os russos querem aumentar de 50 para 230 dólares o preço de mil metros cúbicos de gás. Kiev acusa Moscou de chantagem e suspeita de motivação política na política russa de preços. Segundo o presidente ucraniano, o preço "objetivo" do gás russo para o mercado da Ucrânia seria de 75 a 80 dólares por mil metros cúbicos de combustível.

Negociações com outros países

A Gasprom também vende seus produtos a outros antigos países soviéticos, mas a negociação com Kiev é a mais complicada e a oferta, a mais alta. A Ucrânia considera esta tarifa inaceitável e quer um aumento gradual. Durante as conversações nas quais propôs o crédito, Putin havia culpado os consórcios russo Gasprom e o ucraniano Naftogas de terem iniciado uma crise entre os dois países.

A Gasprom confirmou que manterá congelado o preço do gás fornecido à vizinha Belarus, atualmente de 46,7 dólares por mil metros cúbicos. A Gasprom e a bielo-russa Beltransgas haviam firmado um acordo para o fornecimento de 21 mil milhões de metros cúbicos de gás em 2006, após uma garantia dada por Putin ao presidente de Belarus, de que o fornecimento de gás seria feito a baixo preço.

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