Confirmada participação alemã nos combates do Afeganistão
4 de março de 2002Alegando necessidade de segredo militar, o ministro da Defesa da Alemanha, Rudolf Scharping, negou informação detalhada sobre a ação dos soldados alemães de elite na ofensiva dos Estados Unidos contra focos do regime talibã destituído e extremistas da Al Qaeda de Osama Bin Laden, no leste do Afeganistão. As operações iniciadas sexta-feira (01) prosseguiram nesta segunda (04), com vários bombardeios sobre a província de Paktia.
Anteriormente, Scharping confirmara apenas a atuação das equipes médicas das Forças Armadas alemãs. "Essa ação médica não é motivo para sensacionalismo", disse o ministro alemão, confirmando, ao mesmo tempo, a meta comum das tropas aliadas de destruir as estruturas terroristas no Afeganistão. O Departamento da Defesa americano havia anunciado, em Washington, a participação de seis aliados nas operações militares, iniciadas sexta-feira, em Gardez, no leste do Afeganistão: Alemanha, Dinamarca, Austrália, Canadá, França e Noruega. Foi a maior ofensiva da aliança contra o terrorismo após o início da guerra no Afeganistão, em outubro, segundo o governo do presidente George W. Bush.
Críticas
– O porta-voz do Ministério da Defesa em Berlim, Franz Borkenhagen, criticou a política de informação dos Estados Unidos. "Eu desejaria que a informação não tivesse sido dado dessa forma", disse ele se referindo à notícia dando conta de participação direta de soldados alemães de elite na ofensiva em que os EUA lançaram mais de 270 bombas.Em nome da proteção dos militares alemães, também o porta-voz se recusou a revelar detalhes sobre a ação militar contra extremistas da Al Qaeda e talibãs. Mas revelou que os militares da Alemanha transportaram combatentes da Aliança do Norte do aeroporto de Cabul para os hospitais.
Do contingente de 3.900 soldados que o Parlamento alemão aprovou para apoiar a luta dos EUA contra o terrorismo, depois do atentados de 11 de setembro, só 100 estão previstos para participar diretamente de ações militares. E Scharping já confirmou, uma semana atrás, que 100 soldados alemães estão participando da caça de talibãs e membros da Al Qaeda nas montanhas afegãs. Além disso, 600 soldados alemães integram a tropa internacional de paz em Cabul.