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Confederação dos Sindicatos Alemães abre congresso em Berlim

Simone de Mello27 de maio de 2002

Diante da crescente evasão de filiados, sindicatos alemães se vêem obrigados a repensar suas estruturas, para se adaptar à nova configuração do mercado de trabalho.

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Michael Sommer é o único candidato a assumir a presidência da DGBFoto: AP

"Novos tempos – novas chances de trabalho e justiça social" é o lema do congresso de cinco dias convocado pela Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB). Com a rápida perda de sindicalizados evidenciada nos últimos anos, as entidades trabalhistas precisam urgentemente reconquistar uma posição de liderança como formadores de opinião política, ressaltou o futuro presidente da DGB, Michael Sommer.

Sindicatos não atraem jovens

A popularidade dos sindicatos alemães entre os trabalhadores vem caindo drasticamente desde o início da década de 90. Logo após reunificação alemã, a DGB teve uma adesão recorde, chegando a contar 11,8 milhões de membros em 1991. Não demorou muito, no entanto, para as estatísticas refletirem uma crescente insatisfação dos filiados em relação à política sindical da DGB.

No ano passado, o número de sindicalizados voltou a cair para 7,89 milhões, sendo inferior ao registrado em 1990. Apesar da intensa propaganda e da onda de fusões sindicais dos últimos anos, a DGB não conseguiu conter a evasão, perdendo cerca de 131 mil membros por ano. Há cada vez menos jovens sindicalizados; a idade média dos membros é cada vez alta.

DGB elege nova presidência

Com o término dos oito anos de mandato de Dieter Schulte (62) na cúpula da DGB, todas as esperanças estão depositadas no líder sindical Michael Sommer (50), a ser confirmado nesta terça-feira (28) como novo presidente da DGB. Para Sommer, os sindicatos têm que se voltar mais para os profissionais autônomos e micro-empresários que vêm invadindo o mercado de trabalho. Além disso, seria necessário se adaptar aos novos tipos de trajetória profissional e dar mais atenção ao setor da prestação de serviços.

Além de eleger a nova presidência da confederação, o congresso de Berlim discutirá até sexta-feira (31) possibilidades de flexibilizar a jornada de trabalho, integrar melhor os trabalhadores estrangeiros e manter a autonomia tarifária. O 17º Congresso da DGB também fará um balanço da política trabalhista dos quatro anos de governo social-democrata e verde.

Presidente apóia reeleição do governo federal

Apesar das críticas à política fiscal e às medidas de contenção de despesas públicas do governo, Sommer – líder sindical há 30 anos, ex-presidente do Sindicato dos Correios – não esconde seu apoio à atual coalizão, sem rejeitar – no entanto – o diálogo com o candidato social-cristão à chancelaria federal, Edmund Stoiber, com quem pretende se encontrar na quinta-feira. O chanceler federal Gerhard Schröder, do Partido Social Democrático, tradicional aliado do movimento sindical alemão, comparece ao congresso na quarta-feira (29), onde vai se pronunciar sobre as perspectivas do mercado de trabalho e sobre a "justiça na era da globalização".

Em seu discurso por ocasião da abertura do congresso em Berlim, o presidente alemão Johannes Rau conclamou políticos e trabalhadores à continuidade de reformas trabalhistas, mas advertiu contra prejuízos para o Estado social: "O mercado não gera por si solidariedade e justiça", disse Rau.