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Comediante vence primeiro turno na Guatemala

7 de setembro de 2015

Desconhecido do mundo político, ator Jimmy Morales surpreende e conquista mais de 24% dos votos. Após renúncia de presidente, Guatemala realiza pleito com participação recorde de eleitores.

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Foto: Getty Images/AFP/M. Recinos

O diretor de cinema, ator e comediante Jimmy Morales surpreendeu ao vencer o primeiro turno das eleições presidenciais da Guatemala, segundo resultados divulgados nesta segunda-feira (07/09).

Com 96,65% dos votos contados, Morales, candidato da Frente de Convergência Nacional (FCN-Nación), garantiu 24,14% dos votos. A seguir, vieram Manuel Baldizón, da Liberdade Democrática Renovada (Lider), com 19,43%, e Sandra Torres, da Unidade Nacional da Esperança (UNE), com 19,48%.

O terceiro e o segundo colocados terão de esperar os resultados definitivos, que podem demorar até cinco dias, para saber quem disputará o segundo turno com Morales, em 25 de outubro.

O comediante, de 46 anos, que há poucos meses era praticamente um desconhecido, conseguiu capitalizar a frustração popular com os políticos tradicionais em meio a uma onda de escândalos de corrupção, que levaram à queda do presidente Otto Pérez Molina e instalaram a pior crise política do país em décadas.

"Estou emocionado com resultados", disse o candidato, assegurando que não tem compromisso com nenhum setor e que a única aliança que fez foi com o povo.

A participação dos eleitores pode ter superado os 78%, sendo possivelmente o maior índice desde o retorno do país à democracia, há 30 anos. A mais alta participação, de 69,34%, havia sido registrada em 2011, quando Pérez Molina venceu.

Escândalo e renúncias

Muitos analistas consideravam difícil a realização das eleições devido às manifestações que ocorrem desde abril contra a corrupção e, em paralelo, para pedir a suspensão do processo eleitoral.

Na semana passada, o presidente Pérez Molina, um militar da reserva, foi preso e renunciou em meio a escândalos de corrupção. A sua vice-presidente, Roxana Baldetti, já havia renunciado há quatro meses pelo mesmo motivo. Ambos estariam à frente de uma rede de corrupção aduaneira batizada de La Línea.

Desde a prisão de Baldetti, os guatemaltecos saem à rua todos os sábados para exigir o fim da corrupção e da impunidade. Muitos eleitores estavam indecisos em participar da eleição devido à não aprovação de reformas da Lei Eleitoral e de Partidos Políticos para evitar a reeleição de deputados e prefeitos.

MP/efe/lusa