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Colômbia decide retomar negociações de paz com ELN

13 de março de 2018

Santos diz que governo vai reativar diálogo com grupo armado, pensando em "salvar vidas e alcançar paz completa no país". Conversas estavam suspensas desde janeiro, após uma série de ataques atribuídos à guerrilha.

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O presidente da Colômbia entre o comissário de paz Rodrigo Rivera (à esq.) e o negociador Gustavo Bell
O presidente da Colômbia entre o comissário de paz Rodrigo Rivera (à esq.) e o negociador Gustavo BellFoto: picture-alliance/dpa/colprensa/C. Contreras

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta segunda-feira (12/03) que decidiu retomar os diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN). As negociações em Quito, no Equador, estavam suspensas desde janeiro, após uma série de atentados atribuídos ao grupo.

Em pronunciamento na sede da presidência em Bogotá, Santos disse que tomou a decisão "pensando em salvar vidas e em alcançar uma paz completa para a Colômbia". "Para esse fim, dei instruções ao chefe da equipe de negociação, Gustavo Bell, para viajar a Quito e reativar a mesa de diálogo."

O presidente afirmou ainda que levou em consideração o fato de o ELN ter cumprido a palavra de não atacar durante as eleições legislativas e as consultas partidárias primárias – para definir os candidatos para o pleito presidencial de 27 de maio –, realizadas neste domingo no país.

"O ELN cumpriu o cessar-fogo unilateral que decretou em ocasião das eleições. É com gestos como esse, e não com ataques terroristas, que o grupo pode reconstruir a confiança necessária para avançar no caminho do diálogo", declarou ele, sem dizer quando as negociações serão retomadas.

Horas antes do anúncio de Santos, a guerrilha já havia divulgado um comunicado afirmando ter recebido um convite do governo colombiano para retomar as negociações em Quito.

A nota diz que o ELN atenderá "ao chamado do presidente Santos para reiniciar as conversas, com a convicção de que é melhor fazer o diálogo durante um cessar-fogo bilateral, e que a agenda pactuada deve ser seguida com rigor e rapidez".

O presidente, por sua vez, declarou que as duas partes devem discutir um novo acordo de cessar-fogo que seja "amplo e verificável", de forma a evitar o ressurgimento da violência como aquela que levou à suspensão das negociações em janeiro passado.

"Nós avançaremos com prudência, firmeza e perseverança até concordarmos com a desmobilização, o desarmamento e a reintegração do ELN, ou seja, a paz completa", disse Santos. Segundo o líder, "foram muitos os mortos de ambos os lados" desde que o cessar-fogo bilateral de 100 dias chegou ao fim, em 9 de janeiro. Essa situação não pode continuar, afirmou o presidente.

Conversas de paz

O governo colombiano e o ELN começaram a dialogar em 2014, mas a fase pública das negociações de paz só teve início há pouco mais de um ano, após meses de adiamentos. Em setembro do ano passado, os dois lados chegaram a um acordo de cessar-fogo bilateral, que expirou em janeiro.

A quinta rodada de negociações deveria ter começado no mesmo mês, mas Santos anunciou a suspensão dos diálogos depois de o grupo ter assumido a autoria de um ataque contra forças policiais em Barranquilla, no norte do país. Cinco policiais morreram e mais de 40 pessoas ficaram feridas.

O incidente coincidiu com outros dois ataques ocorridos no país no mesmo fim de semana, também deixando mortos e feridos. Autoridades acreditam que o ELN esteja por trás dos três atentados, embora o grupo tenha assumido a autoria apenas do mais violento.

Desde a ratificação do acordo de paz entre o governo em Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016, o ELN é o maior grupo armado em atividade na Colômbia, com cerca de 1.800 guerrilheiros.

EK/afp/dpa/efe

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