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Cientistas alemães descobrem nova forma de vida

Marion Andrea Strüssmann2 de maio de 2002

Um grupo de pesquisadores alemães encontrou uma espécie ínfima de vida na costa da Islândia.

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Foi em uma fossa vulcânica submarina na costa da Islândia, localizada 120 metros abaixo do nível do mar, que cientistas alemães encontraram uma forma de vida ínfima, conforme relatório publicado pela revista científica Nature, em sua mais recente edição.

Liderados pelo pesquisador Karl Setter, cientistas da Universidade de Regensburg descobriram os seres que provavelmente existem desde o começo da vida na Terra. A espécie é formada por micróbios com diâmetro de 400 milionésimos de milímetro. Para se ter uma idéia do tamanho, seis milhões desses micróbios caberiam na cabeça de um alfinete.

Para viver, esta espécie necessita estar unida à superfície de um outro micróbio de nome Ignicoccus, além de um ambiente com temperatura em torno dos 100ºC. Por isso não é de se admirar que tenha sido encontrada na costa islandesa, onde a atividade vulcânica aquece a água quase a ponto de ebulição.

Os cientistas batizaram a "nova" espécie de Nanoarchaeum equitans e tentam agora descobrir o porquê da dependência dessas duas espécies. "Talvez o micróbio maior produza uma substância essencial para a menor", analisa Stetter.

Filo novo -

A equipe do Instituto Max Planck de Pesquisa Médica da Universidade de Regensburg fez a análise de DNA desses organismos e concluiu tratar-se de um filo até então desconhecido do domínio Archaea, composto de seres unicelulares diferentes de tudo que se conhece. Seus representantes mais conhecidos, os extremófilos, vivem em condições de pressão e temperatura também bem atípicas.

Fóssil vivo -

O professor Stetter revelou que a espécie ínfima de vida só se desenvolve perto de água fervente, não suporta oxigênio e precisa de gases vulcânicos e enxofre para sobreviver. Tais condições levam a crer que a espécie é extremamente antiga, com, pelo menos, 3,8 bilhões de anos. "Se isto for verdade, a Nanoarchaeum equitans pode ser considerada um fóssil vivo, que existe desde o começo da vida no nosso planeta", concluiu Stetter.

Surpreendente -

Os renomados biólogos evolucionistas Ford Doolittle e Yan Boucher, da Universidade de Dalhousie, no Canadá, comentaram a descoberta dos alemães, definindo os seres como "surpreendentes criaturas" que ficaram incógnitas por tanto tempo.