Cientista alemão diz que a ISS não é hotel
28 de abril de 2002Se depender da decisão dos especialistas alemães, a ISS não se transformará – pelo menos no futuro próximo – num hotel para turistas siderais ricos. O diretor do Projeto ISS no Centro Alemão de Navegação Aeroespacial (DLR), Klaus Berge, afirmou na quinta-feira (25) que "a pesquisa será sempre a prioridade". Ele admitiu, contudo, a existência de um grande interesse da indústria e dos meios de comunicação em aproveitar as possibilidades oferecidas pela estação espacial. Também se cogita, segundo Klaus Berge, de transmissões para salas de aula das universidades.
Comentando a participação do sul-africano Mark Shuttleworth, de 28 anos de idade, na atual missão espacial russa, como segundo turista sideral (ao preço de 20 milhões de dólares), o diretor do DLR afirmou que tais visitas têm de ser exceção. Berge: "Os americanos vêem um risco de segurança nisso. Quantos aos russos, sabemos que são duros de roer. E os parceiros já lhes deram o direito de levar pessoas estranhas em suas naves espaciais."
Quanto a um aproveitamento maior da ISS por parte dos meios de comunicação, isto exigiria provavelmente uma ampliação da estação espacial, afirma o cientista. Seria então um contêiner separado das instalações de pesquisa, imagina Klaus Berge, "algo semelhante à casa do show Big Brother, na televisão". De lá, poderiam então ser feitas também transmissões diretas para escolas e universidades. O diretor do DLR admite, nesse caso, a possibilidade de um financiamento através de publicidade comercial. Também o setor industrial mostra-se disposto a pagar pela utilização da ISS para experiências próprias, que têm de ser feitas fora da zona de gravitação da Terra.