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Christoph Daum é acusado de receber dinheiro por fora

Marion Andrea Strüssmann5 de agosto de 2002

Depois do escândalo sobre o consumo de drogas, que lhe custou o cargo de técnico da seleção alemã, o ex-treinador do Bayer Leverkusen voltou a ser destaque na imprensa, como suspeito de receber dinheiro ilícito.

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Christoph DaumFoto: AP

A acusação partiu de seu próprio advogado, ou melhor, ex-advogado, Matthias Prinz, que entrou com um processo em Hamburgo, no qual exige que Christoph Daum honre com o pagamento de seu honorário.

No ano de 2000, o então técnico do Bayer Leverkusen, Christoph Daum, procurou o renomado advogado alemão para que ele o representasse perante a Federação Alemã de Futebol (DFB) nos trâmites envolvendo sua contratação como treinador da seleção alemã. O objetivo era conseguir que Daum não recebesse um salário inferior ao pago pelo time de Leverkusen.

Durante as conversações preliminares, Daum teria confessado ao advogado que além do salário na folha, ele também recebia do clube um dinheiro por fora, que era depositado mensalmente em contas bancárias no estrangeiro. Somando todos seus ganhos legais e ilegais mais prêmios e bonificações, Daum receberia bruto por ano algo em torno dos 9 milhões de marcos (cerca de 4,6 milhões de euros). E esta quantia seria a base da negociação com a DFB.

Daum, que não chegou a ser contratado como técnico da seleção devido ao escândalo envolvendo seu nome com drogas, rechaçou a acusação. Em depoimento à revista Kicker, ele garantiu que o valor tratado com a DFB foi bem inferior ao divulgado por Prinz. "Na época eu havia conversado sem compromisso sobre o aspecto financeiro com o presidente da DFB, Mayer-Vorfelder, e o valor ficou em torno dos três milhões de marcos bruto por ano (pouco mais de 1 milhão e meio de euros)".

Prinz, por sua vez, garante que sua acusação tem fundamento. A seu favor está o depoimento do relações-públicas, Ludwig Karstens, que estava presente nos dois encontros, confirmando que Daum teria confessado que fazia caixa dois.

Pagamento -

O que desencadeou este novo escândalo no futebol alemão foi o desentendimento quanto ao valor do hononário cobrado por Prinz por seus préstimos como advogado. Segundo Daum, a conta de 450 mil marcos (230 mil euros) é abusiva.

"A metade deste valor seria aceitável", disse o técnico. Como não chegaram a um acordo, Prinz decidiu entrar com uma ação onde exigiu o pagamento e revelou que Daum seria um sonegador de impostos. O caso será tratado dia 16 de agosto pela Justiça de Hamburgo.

Dúvidas -

Boa parte dos cartolas do futebol alemão questiona a veracidade da acusação, como o diretor do Hertha Berlim, Dieter Hoeness. "Tem gente querendo levar vantagem nessa história. Isso é apenas uma tempestade em copo d'água", afirmou.

Seu irmão, Uli Hoeness, diretor do Bayer de Munique, não acredita que o Bayer Leverkusen faça pagamentos por fora. "Em uma empresa como a Bayer não é possível transferir dinheiro por baixo do pano sem mais nem menos. O controle interno iria barrar isso na hora".

Christoph Daum também saiu em defesa do clube, assegurando que o Bayer Leverkusen sempre agiu de forma correta. Já o Sindicato Alemão dos Fiscais de Renda (DSTG) tem lá suas dúvidas sobre a integridade dos clubes de futebol do país.