1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

China aleijou operações da CIA e matou espiões, diz jornal

21 de maio de 2017

"New York Times" informa que Pequim desmantelou rede de informantes da CIA no país entre 2010 e 2012, prendendo ou matando cerca de 20 fontes da agência americana.

https://p.dw.com/p/2dL64
Foto: Getty Images/L. Zhang

A China matou ou colocou na prisão de 18 a 20 fontes de inteligência dos Estados Unidos entre 2010 e 2012, quando uma rede de espiões que levou anos para ser montada foi desmantelada, informou o jornal americano The New York Times neste sábado (20/05).

O diário afirmou que as operações de espionagem americanas no país asiático ficaram comprometidas por anos. Investigadores da agência americana estão divididos sobre se alguém infiltrado na CIA entregou as fontes em solo chinês ou se os chineses invadiram o sistema de comunicação que a agência de inteligência usa para falar com suas fontes.

O jornal americano ouviu dez funcionários atuais e antigos, que falaram sob condição de anonimato e descreveram como Pequim sistematicamente desmantelou os esforços de espionagem da CIA. Eles disseram que a ação foi um severo revés para a rede de inteligência dos EUA, que vinha funcionando em seu nível mais alto em anos.

Ao menos uma dúzia de fontes da CIA mortas

A CIA recebeu informações de alta qualidade sobre o governo chinês até 2010, quando começou a receber menos dados. As fontes começaram a desaparecer no início de 2011, reportou o New York Times. Segundo o diário, ao menos uma dúzia de fontes da CIA foram mortas, incluindo uma que foi baleada na frente de colegas numa clara advertência para qualquer outra pessoa que pudesse estar espionando. Várias outras foram presas.

CIA e FBI iniciaram uma investigação para tentar descobrir o que estava acontecendo e, por fim, centraram-se num cidadão sino-americano que trabalhava numa divisão que supervisionava a China e que deixou a CIA pouco antes de a agência começar a perder suas fontes. Ele chegou a ser interrogado, mas negou todas as acusações.

A violação foi considerada particularmente prejudicial, com o número de informantes perdidos semelhante ao daqueles que morreram na União Soviética e na Rússia depois de informações passadas a Moscou pelos espiões Aldrich Ames e Robert Hanssen, afirmou o New York Times.

Em 2013, o FBI e a CIA concluíram que a China não tinha mais a capacidade de identificar agentes americanos, de acordo com a reportagem. Desde então, a agência de inteligência dos EUA vem tentando reconstruir sua rede de espionagem no país asiático. 

PV/afp/rtr/ap