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Pequim dá gelo em Berlim

14 de outubro de 2007

É a terceira vez consecutiva que Pequim se retira de encontro binacional. Segundo diplomatas de Pequim, reunião entre a premiê alemã e o líder tibetano terá "conseqüências duradouras".

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Dalai Lama: pomo da discórdiaFoto: AP

A China cancelou, pela terceira vez consecutiva, um encontro binacional com a Alemanha. Segundo comunicado do Ministério alemão das Relações Exteriores, neste sábado, (13/10), tratava-se de uma conferência de dois dias, a ser realizada em dezembro, em Pequim, tendo como tema os direitos humanos. O evento anual vinha ocorrendo regularmente, há cerca de uma década.

Segundo a revista Der Spiegel, o cancelamento ainda seria uma reação ao encontro entre a chanceler federal Angela Merkel e o líder tibetano Dalai Lama, em 23 de setembro último. A porta-voz do Ministério do Exterior recusou-se a comentar tal afirmativa.

Desde o encontro entre Merkel e Dalai Lama, há três semanas, nota-se um esfriamento nas relações diplomáticas entre os dois países. Segundo declaração de alto funcionário chinês, não identificado, a premiê haveria "atravessado uma linha vermelha", ao tornar-se a primeira chefe de governo alemã a se encontrar com o líder budista.

Conseqüências duradouras

O Spiegel cita ainda diplomatas de Pequim, de acordo com os quais, apesar das tentativas da Alemanha de abafar o conflito, o governo chinês estaria "especialmente ofendido por Merkel não haver mencionado o planejado encontro [com o Dalai Lama] durante sua visita à China, em agosto passado".

Ainda segundo as mesmas fontes, o incidente "terá conseqüências duradouras". A China é um dos principais mercados para as exportações alemãs.

Pequim já se excluíra de um simpósio binacional sobre os direitos humanos, marcado para setembro último, em Munique, alegando "razões técnicas". Uma conversa entre o ministro chinês do Exterior, Jian Yu, e seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, durante reunião da Assembléia Geral da ONU em Nova York, foi igualmente desmarcada no último minuto.

A China, que anexou o Tibete em 1950, opõe-se de forma geral a qualquer encontro entre políticos estrangeiros e o Dalai Lama. Este vive em exílio na Índia, sendo considerado símbolo vivo da resistência tibetana ao domínio chinês. (av)