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Chile invocará lei antiterrorista após explosão em metrô

9 de setembro de 2014

Explosão de uma bomba numa estação de metrô deixa 14 feridos e coloca governo em alerta. Presidente fala em aplicar lei antiterrorista, que permite sentenças mais severas.

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Área ao redor da estação Escuela Militar após a explosãoFoto: picture-alliance/dpa

Ao menos 14 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira (08/09) após a explosão de uma bomba numa área comercial junto ao metrô de Santiago, capital do Chile. O governo disse que invocará a lei antiterrorista do país, utilizada para julgar pessoas que perpetuem o terror por meio de atos de violência e que permite a aplicação de sentenças mais severas do que em outros crimes.

"Nos parece um ato abominável. Vamos usar todo o peso da lei, inclusive invocando a lei antiterrorista", disse a presidente chilena, Michelle Bachelet. Após visitar os feridos, a líder disse que o país "está horrorizado" e que os responsáveis pelo ataque "terão que responder" por ele.

"Este é um dos atos mais covardes que já vimos, pois teve como objetivo ferir as pessoas, gerar temor e até a morte de pessoas inocentes", condenou Bachelet, dizendo, porém, que o Chile continuará a ser um país seguro.

"Foi um atentado terrorista, é preciso agir com força", completou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, após uma reunião emergencial com Bachelet. O ministro pediu o apoio da população para encontrar os autores do crime.

O porta-voz do governo, Alvaro Eliyalde, também disse que, "sem dúvida", o ataque tem as características de um ato terrorista.

A explosão na estação Escuela Militar – uma das mais movimentadas da cidade –, aconteceu na hora do almoço, quando trabalhadores e estudantes passavam pelo local. Duas mulheres ficaram em estado grave, mas elas não correm risco de morrer, segundo a chefe de emergências da Clínica Las Condes.

O aparato detonado foi um extintor cheio de pólvora, colocado dentro de uma lata de lixo, segundo as autoridades. As câmeras de segurança mostraram que os autores foram dois jovens que escaparam num carro que pôde ser identificado.

"O governo não vai descansar até que essas pessoas estejam atrás das grades o mais rápido possível", disse Peñailillo.

A explosão foi a pior de uma série de atentados com explosivos ocorridos na capital chilena nos últimos meses, que, até agora, não haviam deixado feridos. Foi também o pior ataque com explosivos desde a volta da democracia ao país, há mais de duas décadas.

Apesar de o Chile ser um dos países política e economicamente mais estáveis da América Latina, vem sofrendo atentados isolados de grupos anarquistas com bombas pouco potentes, em lugares pouco transitados e durante a madrugada. Nos últimos cinco anos, mais de cem bombas tiveram bancos, embaixadas e restaurantes como alvo, causando relativamente poucos estragos.

As autoridades não disseram quem poderiam ser os autores do atentado desta segunda-feira, e nenhum grupo reivindicou a autoria. O ataque foi realizado a poucos dias de mais um aniversário do golpe militar de 11 de setembro de 1973 – data em que já aconteceram incidentes desse tipo.

Horas depois da explosão, outra estação de metrô, no oeste de Santiago, foi evacuada por um alarme falso de bomba.

LPF/rtr/dpa/afp