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Chefe do FMI é candidato à Presidência alemã

ef1 de janeiro de 1970

Diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, deverá ser eleito presidente da Alemanha. Sua candidatura foi lançada pela oposição de centro-direita, que tem clara maioria no colégio eleitoral.

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Horst Köhler é o favorito da maioria no colégio eleitoralFoto: AP

Depois de negociações intensas, a União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU) e o Partido Liberal (FDP) lançaram o diretor geral do Fundo Monetário Internacional, Horst Köhler, de 61 anos, como o seu candidato comum à Presidência da Alemanha. A eleição de Köhler é tida como certa, porque os três partidos dispõem de maioria no colégio eleitoral que vai eleger o sucessor do presidente social-democrata, Johannes Rau, no dia 23 de maio.

A coalizão de governo social-democrata (SPD) e Verde, que desde o início defendeu uma candidatura feminina à chefia do Estado, lançou a cientista política Gesine Schwan, de 60 anos, na corrida presidencial, logo depois que o diretório nacional dos liberais votou, quase por unanimidade, a favor do candidato das legendas irmãs (CDU e CSU). Sem os votos do FDP, os dois oposicionistas não teriam votos suficientes para eleger o presidente da República.

Gesine Schwan
Gesine Schwan, a candidata da coalizão de governo à PresidênciaFoto: AP

Muitos elogios e pouca chance - O chanceler federal, Gerhard Schröder, não quis comentar a candidatura de Köhler, alegando que seria muito cedo para refletir sobre um sucessor na direção do FMI. O chefe de governo preferiu destacar as qualidades de sua candidata. Segundo ele, a reitora da Universidade Viadrina, na cidade de Frankfurt no Leste alemão, teria se revelado muito digna como parceira de conversações e se destacado especialmente no processo de reconciliação da Alemanha com a Polônia, país vizinho ocupado pelos nazistas durante na Segunda Guerra Mundial.

O presidente do Partido Verde, Reinhard Bütikofer, também não poupou elogios à cientista política, mas o apoio dos liberais à candidatura do chefe do FMI elimina as chances de Schwan no colégio eleitoral. O presidente Rau decidiu não se candidatar para mais um mandato de cinco anos exatamente porque o seu partido (SPD) e o parceiro de coalizão (Verde) estão em minoria no colégio eleitoral.

Köhler seria a chance - A nata do empresariado alemão vê na indicação de Köhler para a corrida presidencial "uma chance para a Alemanha", como disse o presidente da Confederação das Câmaras de Indústria e Comércio, Ludwig Georg Braun. O diretor geral do FMI seria "uma personalidade de renome e experiência internacionais e sua candidatura representa um sinal para um debate sobre reformas além das fronteiras partidária e nacional", disse Braun.

Köhler é filiado ao partido democrata-cristão e foi secretário de Estado do Ministério das Finanças durante o governo de coalizão de Helmut Kohl, o qual indicou o seu nome para dirigir o FMI. Ele é um homem da economia, comércio e finanças, com grande desenvoltura no cenário internacional. O acordo sobre a sua candidatura encerra a discussão acirrada dos três partidos que formaram a antiga coalizão de Kohl, que foi destituída nas urnas pelos social-democratas e verdes em 1998.

A candidatura de Köhler foi lançada conjuntamente pelos presidentes da CDU, Angela Merkel, da CDU, Edmund Stoiber, e do Partido Liberal, Guido Westerwelle, em Berlim, nesta quinta-feira (4).

Ao longo da busca pelo apoio dos liberais, surgiram quatro nomes apontados como favoritos para uma candidatura comum da CDU e CSU. O mais cotado foi Wolfgang Schäble, prontamente rejeitado pelos liberais. Schäuble foi o sucessor de Helmut Kohl na presidência da CDU e teve que deixar o cargo por causa de seu envolvimento no escândalo de doações ilegais do partido.

Os outros nomes citados foram Annette Schawan (secretária de Cultura de Baden-Württemberg), Heinrich von Pierer (presidente da Siemens) e o jurista Paul Kirchhof. A candidatura de Schäuble foi defendida principalmente pela CSU, mas fracassaram todas as suas tentativas de convencer os liberais e o seu presidente Westerwelle.