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Chacina deixa 31 mortos em prisão de Roraima

6 de janeiro de 2017

Detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, são mortos durante a madrugada por outros presos. Ação seria retaliação do PCC ao massacre de Manaus.

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Imagem aérea da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, no interior de Boa VistaFoto: picture-alliance/dpa/Google

Ao menos 31 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), na zona rural de Boa Vista, em Roraima, foram mortos nesta sexta-feira (06/01), afirmaram autoridades do estado. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, o tumulto na unidade começou durante a madrugada.

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Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entraram no presídio no começo da manhã, e a situação já está sob controle, afirmou o governo de Roraima, sem fornecer mais detalhes sobre o que aconteceu. De acordo com a imprensa local, presos podem ter sido decapitados.

Um representante do governo de Roraima afirmou à agência de notícias AFP que não houve uma rebelião e que o massacre foi o resultado de uma ação rápida de um grupo de detentos. A ação durou menos de uma hora e a maioria das vítimas foi morta com faca, disse o representante do governo local. Armas de fogo não foram encontradas.

Segundo a Folha de S. Paulo, as mortes são uma reação do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao recente massacre num presídio em Manaus, onde os mortos era ligados à facção de origem paulista. Os mortos em Roraima, ainda segundo a Folha, seriam ligados à Família do Norte (FDN), grupo rival do PCC.

Em declarações ao Estado de S. Paulo, o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro Júnior, atribuiu o ocorrido ao PCC e disse que a maioria dos mortos estava decapitada e esquartejada. Em alguns dos corpos foi arrancado o coração, acrescentou.

Um vídeo divulgado nesta sexta-feira nas redes sociais mostra presos agredindo outros detentos, enquanto gritam que a ação é uma resposta à morte de "irmãos" em Manaus por integrantes da FDN, que, com o apoio do Comando Vermelho (CV), disputa com o PCC o controle do narcotráfico na região Norte.

A PAMC é o maior presídio de Roraima e este não é o primeiro conflito registrado no local. Em outubro de 2016, uma rebelião entre membros de fações rivais deixou dez mortos. O local abriga cerca de 1.400 detentos, o dobro da capacidade, e é administrado pelo governo do Estado.

As mortes em Roraima ocorrem na mesma semana em que 60 presos foram assassinados em estabelecimentos prisionais do Amazonas.

AS/abr/afp/efe/dpa