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Caso Odebrecht: juiz pede prisão de ex-presidente peruano

10 de fevereiro de 2017

Juiz emite ordem de prisão contra Alejandro Toledo, acusado de receber propina de 20 milhões de dólares para favorecer construtora. Empresa admitiu ter pagado subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014.

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Alejandro Toledo foi presidente do Peru de 2001 a 2006
Alejandro Toledo foi presidente do Peru de 2001 a 2006Foto: picture-alliance/dpa/P. Aguilar

Um juiz emitiu nesta sexta-feira (10/02) uma ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo, por supostamente receber 20 milhões de dólares em propinas da Odebrecht. Se não retornar imediatamente ao Peru, Toledo será incluído na lista dos foragidos mais procurados do país.

A lista dos mais procurados do Peru inclui pessoas acusadas de crimes graves e com ordens de prisão, pelos quais o Ministério do Interior oferece recompensa financeira em troca de informações que permitam localizar e prender os foragidos, dentro ou fora do país.

Leia mais: Caso Odebrecht pode levar presidentes do Peru à prisão

O juiz Richard Concepción ordenou a prisão de Toledo por considerar que há evidências suficientes de sua intervenção em favor da Odebrecht na licitação das obras da estrada Interoceânica do Sul.

Segundo o promotor Hamilton Castro, Toledo recebeu 20 milhões de dólares em subornos pagos entre 2006 e 2010. As propinas foram recebidas por meio de uma rede de empresas offshore, em nome do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo íntimo do ex-presidente.

O Ministério do Interior afirmou que enviará um alerta vermelho aos 190 países que compõem o sistema da Interpol, assim que receber a notificação da decisão do juiz, que ordenou que Toledo fique preso preventivamente por 18 meses.

Esquema de subornos

A Odebrecht admitiu ter pagado 29 milhões de dólares em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014. A empreiteira fechou um acordo com o Ministério Público do Peru para pagar 9 milhões de dólares como uma antecipação da devolução dos lucros ilícitos obtidos com os subornos, além de entregar toda informação ou documentação que seja requerida pelas autoridades peruanas.

Entre os que ocuparam a presidência do Peru após a restauração da democracia no país, em 1980, Toledo é o que, neste momento, está envolvido no caso Odebrecht. A suposta propina de 20 milhões de dólares foi denunciada por Jorge Barata, ex-diretor da construtora brasileira no Peru.

Toledo vive nos EUA, onde trabalha como pesquisador da Universidade de Stanford, e na semana passada esteve em Paris. Ele negou ter recebido subornos e acusou seus "inimigos" de terem gerado as acusações para se vingarem por ele ter defendido a recuperação democrática do país.

LPF/efe/dpa/dw