1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mercado de cinema

13 de maio de 2010

Em entrevista à Deutsche Welle, Mariette Rissenbeek, do German Film Service + Marketing, órgão responsável pela divulgação do cinema alemão, fala sobre a importância de Cannes para a indústria cinematográfica.

https://p.dw.com/p/NMLI
'A cidade sob você': filme do alemão Christoph HochhäuslerFoto: the match factory

Embora apenas 19 filmes estejam competindo este ano pela Palma de Ouro em Cannes, centenas de longa-metragens e dezenas de curtas serão exibidos no festival até o próximo 23 de maio.

A seção Un certain regard, por exemplo, uma mostra paralela que costuma reunir filmes de diretores jovens e mais voltados para uma linguagem experimental, costuma chamar até maior atenção do que a competição oficial.

Mariette Rissenbeek,do German Film Service + Marketing, órgão responsável pela divulgação do cinema alemão, fala em entrevista sobre a importância dos grandes festivais para a divulgação do cinema do país.

Deutsche Welle: O Festival de Cannes angariou, no decorrer dos anos, a fama de ser um local hype, aonde as pessoas vão para verem e serem vistas. O festival ainda tem algum significado para o mundo do cinema?

Mariette Rissenbeek: Cannes é, sem dúvida, o festival mais importante para o cinema mundial e o mercado mais importante para os filmes, até hoje hoje. E muitos filmes no programa oficial são filmes de autor. Ou seja, não se trata somente de brilho e glamour, mas do fazer cinematográfico.

No ano passado, A fita branca, um filme em língua alemã, ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Isso depois que A vida dos outros havia levado o Oscar em 2007. Isso parecia o sinal de uma espécie de renascimento do cinema alemão de arte. Este ano, contudo, há apenas um filme alemão na competição, My Joy, que, de fato, é uma coprodução alemã-ucraniana-holandesa, dirigida por Sergei Loznitsa. A maré está mudando para o cinema alemão?

Bom, My Joy é, mesmo assim, uma produção alemã, desenvolvida por um produtor alemão. Ele escreveu o roteiro junto com o diretor, ou seja, não é somente uma coprodução com a participação financeira da Alemanha. Há também uma contribuição criativa e um empenho da Alemanha aí. Não acho que devemos nos sentir negligenciados ou ignorados pela comissão de seleção do festival.

O que mais a Alemanha está exibindo no festival, tanto na competição quanto nas paralelas como Un certain regard ou na Director's Fortnight?

Na seção Un certain regard há dois filmes alemães, um de Christoph Hochhäusler, chamado Unter dir die Stadt (A cidade sob você) e outro chamado Life, above all, uma produção desenvolvida na Alemanha. O diretor é alemão-sul-africano, tem as duas nacionaldiades. E no Directors' Fortnight há Picco, de Philip Koch. Ou seja, na realidade, achamos que há uma forte presença alemã no festival.

Há uma série de filmes asiáticos na competição este ano: da Coreia do Sul, Tailândia, Taiwan. Isso indica que pode haver uma polarização no futuro entre o cinema europeu e o asiático?

Cannes sempre teve contribuições da Ásia, sempre houve filmes asiáticos no programa, da China, Taiwan... Não acho que isso seja algo novo. Este ano é possível que haja mais filmes interessantes da Ásia, de forma que eles foram escolhidos para a mostra competitiva, mas eu não diria que isso tenha um significado especial.

Nós organizamos exibições de mercado para pessoas credenciadas de 28 filmes, muitos deles já premiados em outros festivais. Todos têm características especiais, fica até difícil dizer qual pode sair dali com maior sucesso.

Antes era comum sair de Cannes com certo número de contratos na mão, mas desde a crise financeira, há dois anos, isso não acontece mais. Mesmo assim, o festival continua sendo um mercado importante.

Entrevista: Jennifer Abramsohn (sv)

Revisão: Carlos Albuquerque