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Candidaturas anônimas a emprego aumentam chances para mulheres e migrantes

17 de abril de 2012

Sem a indicação de nome, sexo, foto ou nacionalidade, aumenta a possibilidade de mulheres e imigrantes conseguirem emprego, constata projeto realizado na Alemanha.

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Foto: Fotolia

Um processo anônimo de candidatura aumenta as chances de mulheres, pessoas idosas e migrantes serem chamados para uma entrevista ou um teste de aptidão.

Este é o resultado do primeiro projeto realizado em toda a Alemanha com candidaturas anônimas, apresentado pela Agência Federal Antidiscriminação da Alemanha (ADS, na sigla em alemão) e pelo Instituto para o Futuro do Trabalho (IZA), nesta terça-feira (17/04) em Berlim.

Entre novembro de 2010 e fins de 2011, participaram da iniciativa as empresas Deutsche Post, Deutsche Telekom, L'Oréal, Maydays e Procter & Gamble, como também o Ministério alemão da Família, a prefeitura da cidade de Celle e a Agência do Trabalho do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália.

Igualdade de oportunidades

No projeto, os empregadores dispensaram fotos nas candidaturas a emprego, assim como o nome, a idade, o sexo, a origem ou estado civil. Os dados pessoais dos candidatos foram revelados somente após uma primeira seleção por parte dos empregadores.

Assim, através da candidatura anônima, aspirantes a emprego com nomes turcos ou mulheres com filhos foram convidados mais frequentemente para uma entrevista do que através de candidaturas convencionais, relatou a diretora da ADS, Christine Lüders.

Segundo a diretora, principalmente a foto desvia a atenção das qualificações do candidato. "Com a retirada do primeiro obstáculo e com o convite para uma entrevista, o candidato pode apresentar melhor suas qualificações."

"Destruição de recursos"

A omissão de alguns dados pessoais equipara as chances, resumiu Klaus Zimmermann, diretor do IZA. Ele assinalou que no mercado de trabalho alemão ainda existe uma considerável parcela de clichês e preconceitos.

O diretor do IZA afirmou que através da discriminação, por vezes velada, às vezes bastante aberta, de importantes grupos sociais, grandes potenciais estariam sendo desperdiçados.

Além dos aspectos sociopolíticos da falta de igualdade de oportunidades, o tratamento desigual a mulheres, migrantes e mais velhos causa um grande prejuízo econômico, salientou Zimmermann. Frente à falta de mão de obra especializada, a Alemanha não pode mais se dar o luxo de tal "destruição de recursos", acresceu o diretor do IZA.

Procedimento voluntário

Christine Lüders, diretora da Agência Federal Antidiscriminação da Alemanha, afirmou que, considerando o número relativamente baixo de casos, os resultados da avaliação não seriam representativos, mas a tendência ficou clara. Dos 8.550 homens e mulheres que se candidataram no contexto do projeto, 246 postos de trabalho foram ocupados.

Lüders afirmou que esse procedimento não deverá ser transformado em lei, já que uma mudança de comportamento por parte das empresas só pode acontecer de forma voluntária.

A falta de dados pessoais em candidaturas é prática comum já há algumas décadas principalmente no Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. Isso também já foi testado em vários países europeus, como na Suécia, Holanda, Suíça, França e Bélgica. Na Suíça, os jovens de origem estrangeira que se candidataram de forma anônima tiveram chances significativamente maiores de conseguir uma vaga para qualificação profissional.

CA/dpa/afp/epd
Revisão: Roselaine Wandscheer