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Candidatos ao ingresso na UE descontentes com proposta de subvenções

(ns)23 de março de 2002

Os 13 países que negociam sua integração à União Européia não estão satisfeitos com a proposta de receber inicialmente apenas 25% das subvenções agrárias que cabem aos atuais membros.

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Franz Fischler, comissário de Agricultura da UEFoto: AP

O comissário de Agricultura da União Européia, Franz Fischler, conclamou os países candidatos ao ingresso na UE a adotarem uma atitude realista nas próximas negociações sobre o orçamento agrícola.

As conversações, que se iniciam no verão europeu deste ano, não devem evocar falsas esperanças nos agricultores, disse Fischler. Não faria sentido como estratégia, exigir desde o início o mesmo montante de subvenções atribuído aos atuais membros da comunidade. Não há margem orçamentária para isso, segundo o comissário.

Países do leste descontentes com subvenções

Alguns candidatos, entre eles a Polônia, estão descontentes com a proposta da Comissão Européia, de aumentar paulatinamente o pagamento direto de subvenções agrícolas aos novos membros. A começar com 25% em 2004, o ano do ingresso dos primeiros, os futuros integrantes da UE só receberiam 100% do que têm direito os atuais membros em 2014.

Os candidatos temem desvantagens para a sua agricultura na concorrência com os demais países da UE. A presidência espanhola da União Européia quer definir uma posição até o encontro de cúpula de Sevilha, em meados de junho. Alguns países, entre eles a Alemanha e a Holanda, são contrários a qualquer pagamento direto aos novos membros antes de 2007, porque isso não está previsto no planejamento financeiro da comunidade.

A Polônia teve déficit de 60 bilhões de dólares, nos últimos dez anos, em sua balança comercial com a União Européia, indicou o ministro polonês Jaroslav Kalinovski. Somente no comércio de produtos agrícolas seu país teve um déficit de mais de 3 bilhões de euros.

Ingresso vantajoso com ou sem subvenções

A UE rebateu a acusação de discriminação, no tocante às subvenções, apresentando um estudo econômico de 80 páginas. "Sua principal mensagem é que, de qualquer forma, com ou sem subvenções, os agricultores da Hungria, Polônia e outros candidatos estariam melhor como membros da UE, do que fora dela", resume o porta-voz da Comissão, Gregor Kreuzhuber.

A aplicação da política agrária da UE em si representaria a chance de os agricultores aumentarem sua renda em 30% até 2007, mesmo sem subvenções. Na Polônia, tal aumento seria de 35%, na República Tcheca, até de 60%. Se recebessem 100%, os agricultores não teriam motivação para modernizar e fazer as necessárias reformas estruturais. Além do desequilíbrio social que isso geraria, se de um dia para o outro um agricultor ganhasse, na Polônia, por exemplo, o dobro do que um operário na indústria.

O estudo também afirma que a ampliação da comunidade dos 15 não levará a grandes distúrbios nos mercados agrícolas. "É claro que isso é muito importante para os nossos agricultores", diz Kreuzhuber, "pois toda crise no mercado significa queda de preços, basta ver o que aconteceu no ano passado, com o mal da vaca louca".