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Canadá constrói acampamento para refugiados vindos dos EUA

10 de agosto de 2017

Exército canadense começa a erguer alojamentos temporários para receber migrantes na fronteira com território americano. Maior parte dos pedidos de refúgio é feita por haitianos que querem deixar os EUA.

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Família haitiana se aproxima de serviço fronteiriço na fronteiros dos EUA com CanadáFoto: Picture-alliance/AP Photo/C. Krupa

O governo do Canadá enviou nesta quarta-feira (09/08) cerca de cem soldados à fronteira com os Estados Unidos para construírem tendas de acolhida a migrantes que solicitam refúgio no país.

Em comunicado, o Exército canadense informou que o acampamento localizado no posto fronteiriço de Saint-Bernard-de-Lacolle, em Québec, será temporário. A intervenção tem caráter de "urgência" para responder "à situação precária" dos serviços fronteiriços.

O acampamento com capacidade para 500 pessoas tem o objetivo de aliviar as infraestruturas saturadas das autoridades fronteiriças. Desde o final de julho, mais de 2.500 haitianos saíram dos EUA para solicitar refúgio no Canadá, atravessando a fronteira com a província de Québec. Segundo as autoridades, essa migração segue um ritmo regular.

Segundo a porta-voz da Agência de Serviços Fronteiriços do Canadá (CBSA), Stephane Malepart, o acampamento será erguido devido à expectativa de chegada de um grande número de refugiados vindos dos EUA.

Em agosto, a cidade de Montreal abriu as portas do seu estádio olímpico para acolher centenas de recém-chegados, mas as instalações já estão sem capacidade para receber novas pessoas. Outros locais de acolhimento temporário foram abertos, como um antigo hospital de Montreal. 

Documentação

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Haiti, Antonio Rodrigue, iniciou uma visita ao Canadá para acompanhar os esforços das autoridades canadenses.

O governo do Canadá tem um acordo com os EUA que prevê que solicitantes de refúgio que cruzam a fronteira sejam enviados de volta ao território americano, mas o governo do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, alega que o país deve receber e avaliar os pedidos com base no Estatuto do Refugiados da ONU, de 1951.

Haitianos que vivem nos EUA têm deixado o país devido à provável perda do Estatuto de proteção temporária (TPS, na sigla em inglês) em território americano até o final de 2017. O documento foi concedido pelo governo americao a cerca de 60 mil haitianos depois do terremoto de 2010. O estatuto foi prolongado por seis meses pelo governo do presidente americano, Donald Trump, que tem endurecido as regras migratórias,  mas deve vencer até o final deste ano.

KG/dpa/lusa