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Cameron fala em "praga" de migrantes

31 de julho de 2015

Primeiro-ministro britânico diz que vai intensificar deportações e reforçar segurança no Canal da Mancha, principal rota das travessias clandestinas. Organizações de direitos humanos classificam declaração como xenófoba.

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Foto: Reuters/P. Rossignol

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta quinta-feira (30/07) que o Reino Unido vai intensificar a deportação de migrantes que entram ilegalmente no país.

"Temos uma praga de pessoas que atravessam o Mediterrâneo", declarou. "Devemos proteger nossas fronteiras trabalhando em estreita colaboração com nossos vizinhos franceses."

A afirmação de Cameron gerou críticas de parlamentares da oposição e de organizações de direitos humanos. "Os pedidos para que o governo britânico mantenha migrantes econômicos fora do país são uma resposta xenófoba à questão da livre circulação", afirmou à BBC o secretário-geral da ONU para Migração Internacional e Desenvolvimento, Peter Sutherland.

Milhares de migrantes que estão acampados na região de Calais, no norte da França, tentam diariamente atravessar o Canal da Mancha para chegar à Inglaterra. Nesta quarta, um jovem morreu durante a travessia clandestina pelo Eurotúnel.

Segundo Sutherland, a quantidade de migrantes que tenta entrar no Reino Unido é muito menor do que em em outros países da Europa – no ano passado, a Alemanha recebeu 175 mil pedidos de asilo, contra 24 mil solicitações feitas ao governo britânico. "Deveria haver uma realocação justa entre os países da União Europeia", argumentou o secretário da ONU.

Nesta semana, a ministra britânica do Interior, Theresa May, anunciou a liberação de 10 milhões de euros para reforçar a segurança no Canal da Mancha, depois que mais de dois mil migrantes tentaram acessar simultaneamente o Eurotúnel.

"A presença de migrantes em Calais é um tema constante nos últimos 15 anos", explica o diretor da Rede de Direitos dos Migrantes, Don Flynn. "O real problema são 15 anos jogados fora no que se refere a políticas públicas. Os governos francês e britânico têm falhado completamente em criar políticas para atender essa questão."

KG/dpa/afp