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Calçadistas brasileiros em busca de novos negócios

Carlos Ladeira17 de setembro de 2003

Para aumentar as vendas de calçados brasileiros na Alemanha e Europa, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados promove participação de seus fabricantes na GDS, a maior feira de sapatos do mundo, em Düsseldorf.

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Mais de 1500 expositores de 46 países na feira de calçados GDSFoto: AP

Cerca de 30 empresas apresentarão diversas linhas de produtos brasileiros na feira. Os modelos vão desde os tradicionais calçados masculinos e femininos para adultos em geral até uma grande variedade de sapatos infantis, que constituem uma das grandes atrações da participação brasileira na GDS este ano. O objetivo é conquistar novos clientes e apresentar modelos com design moderno, fabricados com matérias-primas diferenciadas e acabamento de qualidade.

Promoção & potencial

As expectativas em relação à feira alemã são grandes, segundo Iramaya Kotschedoff, da Iramaya Messe, empresa que assessora a Abicalçados e a Agencia de Exportações do Brasil (Apex), na divulgação das empresas brasileiras na GDS. Como parte da estratégia de divulgação dos produtos, ela está enviando convites e folhetos promocionais para um mailing de mais de 11 mil comerciantes internacionais presentes em Düsseldorf.

O Brasil é o terceiro fabricante e o sexto maior exportador de calçados no mundo. Mesmo assim, a sua indústria ainda é muito pouco conhecida mundialmente, esclareceu Heitor Klein, diretor-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Industrias de Calçados) e representante oficial das industrias de calçados no Brasil e no Exterior.

Ele atribuiu esta situação ao que chamou de um comportamento brasileiro passivo, "já que é grande o número de importadores estrangeiros que vão ao Brasil, mas nós ainda não tivemos o arrojo de aceitar o desafio e sair a campo e mostrar a nossa produção. Tais comportamento e direção deverão mudar agora com o nosso projeto pioneiro Brazilian Footwear, que trata especialmente de promover o produto brasileiro", disse a DW-WORLD.

Pequena exportação para a Europa

Klein apresentou também alguns números que justificam a iniciativa em busca de novos mercados. "A produção brasileira de sapatos está por volta dos 650 milhões de pares por ano. Deste total de 150 a 160 milhões são exportados para mais de 100 países. Entretanto há uma concentração da exportação desigual para países como os Estados Unidos, (70%), Reino Unido (de 9% a 10%) e México (4% a 5%)". As importações da Alemanha somaram apenas 12 milhões de dólares no ano passado, pelo que o país situa-se em 13º lugar na lista de importadores de calçados made in Brazil.

Mas o diretor executivo da Abicalçados não se satisfaz com estes números, apesar de os considerar altos e sintomáticos. "Isto porque verificamos que na Europa onde os números estão na casa do 1% para menos, já há uns 5 países que representam um bom potencial como canal de comercialização e que pretendemos reforçar a partir desta feira internacional em Düsseldorf".

Apostando no calçado infantil

Klein avalia que os calçados infantis constituem hoje "um verdadeiro carro-chefe" do setor de produção e exportação brasileiros devido ao seu design, cores alegres e anatomia. Ele não tem dúvida de que os caçados infantis serão uma das grandes atrações do estande do Brasil na maior feira mundial do gênero.

Uma das firmas presentes na GDS é a KIN, produtos infantis, sediada em São Paulo. O seu gerente de exportação, Marcos Vinicius Rosabon, aposta no crescimento das vendas para a Alemanha. A KIN participa na feira pela sexta vez e tem uma perspectiva de expansão de 10% nas vendas este ano em relação a 2002. A DW-WORLD, Rosabon salientou ainda que "com este acréscimo, as exportações totais da KIN para a Europa ocidental chegarão a 25% do nosso volume total de vendas externas".

Atualmente a KIN vende para o exterior cerca de 30% de sua produção total de 45 mil pares de calçados por dia. O alvo da empresa é sobretudo o público infantil de zero a dez anos. Ela trouxe à GDS modelos de 30 linhas, principalmente a coleção primavera-verão.

Boas perspectivas

O diretor-executivo da Abicalçados, Klein, também acredita no sucesso de outras empresas como a Calçados Itapuã, do Espírito Santo, a San Marino, especializada em sapatos para terceira idade, a Dupichiaré, que produz calçados de couro de avestruz, e ainda fabricantes como a Valéria, a Dumont, a Sandra, as Pé-com-pé e a Tip-toy. Segundo ele, todas estas e outras participantes brasileiras têm calçados de alta qualidade.

A diretoria da Abicalçados justifica o otimismo que precedeu a abertura da feira que vai até o dia 21, "porque nós não participamos da GDS com uma atitude passiva de expor o produto e esperar o visitante e o comprador. Bem ao contrário: nós viemos a Düsseldorf com toda uma forte infra-estrutura e ação de marketing bem planejadas, muito bem direcionadas".