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Cabral é condenado a mais de 14 anos de prisão na Lava Jato

13 de junho de 2017

Sérgio Moro declara ex-governador culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em caso de propina milionária envolvendo contrato da Petrobras com a Andrade Gutierrez. Mulher do político é absolvida.

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Brasilien Sergio Cabral Ex-Gouverneur von Rio de Janeiro
Foto: Imago/Fotoarena

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, condenou nesta terça-feira (13/06) o ex-governador do Rio Sérgio Cabral a 14 anos e dois meses de prisão, além de pagamento de multa de 528 mil reais, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também foram condenados Wilson Carlos Carvalho, ex-secretário de governo de Cabral, a dez anos e oito meses de prisão, e o operador Carlos Emanuel Miranda, que cumprirá 12 anos. A mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, e a do ex-secretário, Mônica Carvalho, foram absolvidas.

Os ex-diretores da empreiteira Andrade Gutierrez Clóvis Peixoto e Rogério Nora também eram réus nesta ação, mas por terem firmado acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), foi solicitada a suspensão do processo contra os dois.

Essa é a primeira condenação de Cabral no âmbito da Lava Jato, na qual é réu em outras nove ações. Além da prisão e da multa, Moro determinou o confisco de bens no valor de 6,7 milhões de reais, que equivalem aos valores recebidos de forma ilícita corrigidos pela inflação desde outubro de 2008.

Preso desde novembro do ano passado, o político é acusado de ter recebido 2,7 milhões de reais em propina pelo contrato de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), firmado entre a Petrobras e a Andrade Gutierrez.

Segundo a denúncia oferecida pelo MPF, Cabral solicitou o pagamento numa reunião no Palácio da Guanabara em 2008. Carvalho e Miranda teriam participado das negociações para o recebimento dos valores. Mais tarde, o ex-governador e sua mulher usaram o dinheiro na compra de artigos de luxo, como roupas de grife, móveis de alto valor e blindagem de carros.

Na decisão, Moro afirmou que os crimes de Cabral se inserem em um "contexto mais amplo", de cobrança sistemática de propina "sobre toda obra pública no Estado do Rio de Janeiro".

"A responsabilidade de um governador de Estado é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio", disse o juiz.

Moro decidiu ainda que o político terá de responder ao caso da prisão, caso decida recorrer da decisão em primeira instância. A progressão de regime, segundo ele, só deve ocorrer depois da devolução das vantagens indevidas.

EK/abr/ots