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Bundeswehr vai ganhar nova estrutura

Estelina Farias13 de janeiro de 2004

No lastro de uma poupança de 26 bilhões de euros, as Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr) vão ganhar uma estrutura totalmente nova até 2010. Metade do contingente que restar do atual será treinada para ações mundiais.

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Ministro da Defesa, Peter Struck, apresenta o plano em BerlimFoto: AP

A área de ação da Bundeswehr deverá ser o mundo todo, no combate e prevenção de conflitos, inclusive a luta contra o terrorismo internacional, esclareceu o ministro da Defesa da Alemanha, Peter Struck, ao apresentar o seu plano de reestruturação das Forças Armadas Alemãs, em Berlim, nesta terça-feira (13).

A principal causa das medidas revolucionárias previstas é a necessidade urgente de redução de despesas nestes tempos de vacas magras. A meta do plano é tornar a Bundeswehr mais eficiente e muito menor, com uma redução drástica do contingente atual de 285 mil soldados para 250 mil. Outros dez mil postos civis deverão desaparecer.

O modelo de reforma do político social-democrata Struck prevê uma divisão da Bundeswehr em três categorias - Forças de Ataque, Forças de Estabilização e Forças de Apoio. As três forças tradicionais (Exército, Marinha e Aeronáutica) não serão abolidas, mas passarão a ser subordinadas às novas categorias.

Com o corte de 26 bilhões de euros nas despesas da Bundeswehr, o ministro visa abrir margem para novos investimentos em armamento a partir do ano 2012. Ao contrário de informações divulgadas na imprensa, o titular da Defesa alemã confirmou a aquisição de 180 aviões militares do tipo Eurofighter.

Em compensação, sairão da lista de compras muitos tanques e helicópteros de combate e mais de 100 casernas serão fechadas. As Forças Armadas Alemãs têm atualmente 621 casernas e já está decidido que este número vai diminuir para 505.

Bundeswehr Rekruten
Recrutas podem pertencer ao passado a partir de 2006Foto: AP

Fim do serviço militar obrigatório?

- O titular da Defesa esclareceu que vai fazer tudo para manter o serviço militar obrigatório e espera o apoio do seu partido social-democrata (SPD). O Partido Verde exige há tempos a abolição do serviço militar obrigatório.

Sob pressão da ala esquerdista verde, os dois parceiros na coalizão de governo acertaram um exame da questão no final do atual período legislativo, em 2006. A extinção do serviço militar obrigatório levaria também ao fim o serviço civil, que é prestado pelos maiores de 18 anos que escapam do serviço em armas.

Struck esclareceu que não exclui uma extinção do serviço militar obrigatório, mas advertiu que se a decisão política a ser tomada depois de 2006 for neste sentido haveria conseqüências graves para a estrutura da Bundeswehr e exigiria adaptações. Quem quer abrir mão deste serviço tem de saber que teremos de gastar muito mais dinheiro para pagar de 30 mil a 40 mil soldados profissionais a mais que o número planejado, advertiu o ministro.

Eurofighter Typhoon Bundeswehr
Eurofighter para BundeswehrFoto: AP

Redução da indústria bélica

- A indústria de armamento teme que o setor tenha que encolher ainda mais e reduzir o seu pessoal, em conseqüência do plano de reestruturação militar na Alemanha. Em virtude dos cofres estatais vazios, o diretor da Comissão de Defesa da Federação das Indústrias (BDI), Helmut Harff, disse considerar o plano do ministro "compreensível", mas "não aceitável".

No início dos anos 90, o setor de tecnologia de defesa ainda empregava 400 mil pessoas em toda a Alemanha. "Deste pessoal todo, restam hoje menos de 80 mil, dos quais apenas 40 mil são empregados diretos nas áreas de tecnologia de defesa", disse Harff. Ele advertiu também para uma possível perda de know-how e tecnologia de ponta.