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Bundestag aprova início de negociações sobre ajuda à Grécia

17 de julho de 2015

Por ampla maioria, parlamentares autorizam governo a negociar no âmbito da zona do euro o controverso pacote de resgate a Atenas. Resultado é vitória para Merkel, que defendeu decisão "por uma Europa forte".

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Deutschland Bundestag Sondersitzung Griechenland
Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz

O Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) aprovou nesta sexta-feira (17/07), em sessão extraordinária em meio ao recesso de verão, o início das negociações sobre o controverso pacote de resgate para a Grécia, estimado em 86 bilhões de euros. Foram 439 votos favoráveis, 119 contrários e 40 abstenções.

Apesar da vitória do governo da chanceler federal Angela Merkel, a votação não transcorreu livre de polêmicas. Muitos políticos conservadores, tanto da CDU, partido da governante, como da aliada CSU, se manifestaram contra uma nova ajuda à Grécia.

Antes da votação, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, pediu que os parlamentares aprovassem o início das negociações para o resgate, argumentando que a Grécia enfrentará um caos se isso não acontecer. Ela apelou aos "princípios de responsabilidade e solidariedade" que "guiam" a Europa desde o início da crise da dívida.

Merkel chamou a atenção dos parlamentares para o que estava em jogo, afirmando que eles estavam diante de "uma decisão por uma Europa forte e uma zona do euro forte".

A chanceler disse entender as reservas quanto às chances de o resgate ser bem-sucedido, mas enfatizou que haverá monitoramento severo dos esforços feitos pela Grécia para as reformas e que "simples declarações de intenção não são suficientes." Ela disse que podia recomendar a abertura das negociações com "total convicção".

Merkel apela para que parlamento vote a favor.
Merkel: "Seriamos negligentes, mesmo irresponsáveis, se não tentarmos este caminho"Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz

"Eu sei que muitos têm dúvidas e preocupações se esse caminho será bem-sucedido, sobre se a Grécia vai ter força para sustentar isso por longo prazo, e ninguém pode ignorar essas preocupações. Mas eu estou firmemente convencida de uma coisa: nós seriamos grosseiramente negligentes, mesmo irresponsáveis, se pelo menos não tentarmos esse caminho", enfatizou.

A votação foi realizada depois que o Parlamento grego aprovou as primeiras reformas exigidas pelos parceiros europeus em troca de uma nova ajuda. O aval dos deputados alemães autoriza o governo Merkel a participar das negociações.

Criticas da oposição

Muitos deputados da coalizão de governo questionam o real comprometimento da Grécia com a implementação das reformas. Há também crescentes dúvidas sobre a capacidade de Atenas de conseguir sair da situação em que se encontra sem um corte das dívidas.

Na quinta-feira, a questão foi abordada pelo ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, que voltou a afirmar que a saída temporária da zona do euro "talvez fosse, de longe, o melhor caminho para a Grécia".

Ele lembrou que muitos economistas, também na Grécia, duvidam que o país possa sair da situação em que está sem um corte da dívida. "Mas todos sabem que um corte da dívida não é compatível com a permanência na união monetária", disse o ministro, em entrevista à emissora alemã Deutschlandfunk.

Por isso, uma saída voluntária da zona do euro seria a melhor opção para a Grécia, afirmou, acrescentando que essa possibilidade ganha adeptos também entre os gregos.

MP/ap/afp/rtr