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Brasileiros veem seu país mais dividido e menos tolerante

23 de abril de 2018

Levantamento feito em 27 países mostra que três em cada quatro pessoas consideram que a sociedade em que vivem está dividida, principalmente por causa de questões políticas.

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Diferenças nas visões políticas são vistas por 54% dos consultados no Brasil como a maior causa de tensão dentro da sociedadeFoto: Reuters/R. Moraes

Três em cada quatro pessoas (76%) veem uma divisão na sociedade em que vivem, segundo uma pesquisa realizada em 27 países pelo instituto Ipsos Studies, sob encomenda da emissora britânica BBC, e divulgada nesta segunda-feira (23/04).

No Brasil, o percentual é ainda maior: 84%, e na Alemanha também é superior à média mundial, alcançando 81%, segundo a pesquisa.

Valores ainda mais altos, porém, foram registrados na Sérvia (93%), na Argentina (92%), no Peru e no Chile (90% em ambos). Países como Itália, Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Rússia, Suécia, Bélgica e Chile também tiveram resultados acima da média de 76%.

Do outro lado, Arábia Saudita (34%), China (48%) e Japão (52%) foram os três países nos quais menos entrevistados mencionaram a existência de divisões na sociedade.

Quando questionados se a divisão social mudou nos últimos dez anos, seis em cada dez entrevistados (59%) afirmaram sentir que seus países estão hoje mais divididos (16% alegaram ser menor). No Brasil, foram 62%.

Em todos os 27 países, a pesquisa indicou que as diferenças nas visões políticas são vistas como a maior causa de tensão entre as pessoas: 44% mencionaram essa causa. No Brasil foram 54%.

Em seguida foram mencionadas como causa de tensão e divisão social as diferenças no poder aquisitivo entre pobres e ricos (36%), além de diferenças entre imigrantes e locais (30%) – 46% na Alemanha – e diferenças religiosas (27%).  

No geral, a maioria dos entrevistados na pesquisa (65%) disse que, em todo o mundo, as pessoas têm mais coisas em comum do que diferenças. Na Alemanha, 61% compartilham dessa opinião – a maior concordância é na Rússia e na Sérvia (ambas com 81%). Japão (25%), Hungria (48%) e Coreia do Sul (49%) são os que menos concordam. No Brasil, o percentual é de 61%.

Praticamente metade dos alemães (47%) questionados na pesquisa descreveram seus compatriotas como tolerantes a pessoas com origens, culturas ou visões diferentes. O Brasil está entre os países onde as pessoas consideram seus compatriotas menos tolerantes – Hungria (16%), Coreia do Sul (20%), Brasil (29%) e Polônia (30%) são os quatro últimos dessa lista. E, para 45% dos brasileiros questionados, a situação piorou: eles acham que as pessoas em seu país são hoje menos tolerantes do que há dez anos.

A pesquisa foi realizada entre 26 de janeiro e 9 de fevereiro em 27 países. A amostra foi de 19.428 adultos com idades entre 16 e 64 anos. No Canadá e nos EUA, entre 18 e 64 anos.

PV/kna/ots

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