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Brasil precisa promover fruta para mercado alemão

Neusa Soliz6 de fevereiro de 2004

Aumenta a presença brasileira na feira Fruit Logistica, que se realiza em Berlim. As exportações brasileiras, porém, estão longe de esgotar o potencial do grande mercado que é a Alemanha.

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Ministra Künast inaugura a Fruit Logistica em Berlim

Dezenove expositores brasileiros participam da Fruit Logistica 2004, feira de negócios em Berlim que se desmembrou da tradicional Semana Verde (Grüne Woche). Comparecem também centenas de executivos brasileiros para fazer contatos, observar o desenvolvimento do mercado e averiguar possibilidades de negócios.

A fim de informar sobre o mercado alemão e promover a integração dos expositores e visitantes brasileiros com seu setor comercial, a embaixada brasileira em Berlim oferece um coquetel nesta sexta-feira (06). Ele contará com a presença do embaixador José Artur Denot Medeiros e Moacyr Fernandes, do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), que congrega os interesses do setor frutícola.

Maior interesse pela feira

A participação brasileira na feira especializada vem crescendo nos últimos anos. Tanto é que o estande do ano passado ficou pequeno e, em 2004, os expositores brasileiros ocupam 250 m2, como expôs à DW-WORLD Rodrigo de Carvalho, chefe do setor de promoções comerciais da embaixada.

Além de empresas que já participaram em anos anteriores, como a Fischer e a Agrícola Fraiburgo, a lista inclui desta vez Gaia, Indaiá, Renar Maçãs, Itacitrus, Nolem, Copa, Agropel, Agol, Seachi e outras. Também estão presentes o Ibraf e representantes do Sebrae do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Norte. Inaugurada na quinta-feira (05) pela ministra alemã da Agricultura, Renate Künast, a Fruit Logística vai até domingo.

Comércio exterior Brasil-Alemanha

Por um lado, a Alemanha é o maior importador de frutas da União Européia. O consumo per capita de frutas e verduras no país é de 187 quilos por ano. A produção interna de frutas é de 850 mil toneladas por ano, o que supre apenas um quarto do consumo. As importações alemãs de fruta são de 3,8 milhões de toneladas. O principal fornecedor é a Espanha, mas os países do hemisfério sul têm aumentado suas exportações à Alemanha, principalmente de banana.

O Brasil, por sua vez, é o terceiro exportador mundial de frutas, tendo aumentado suas exportações em 40% no ano passado. O comércio exterior com a Alemanha totalizou 12 milhões de dólares em 2003.

Um volume pequeno em relação ao potencial do mercado alemão. Mas "deverá aumentar com a implantação de uma política sistemática de divulgação da qualidade do produto brasileiro" segundo Rodrigo de Carvalho. Isso está sendo feito pelas embaixadas na Alemanha e em vários países.

Tropische Früchte an einem Obst-und Gemüsestand in Rio de Janeiro, Brasilien
Frutas numa feira no Rio de Janeiro. Mangas e mamões já se encontram em supermercados alemães, mas as chamadas frutas exóticas ainda precisam de promoçãoFoto: AP

Das frutas brasileiras exportadas somente 2% seguem diretamente para a Alemanha. Provavelmente uma boa parcela chegue através da Holanda, que figura nas estatísticas do Ibraf como o destino de 34% das exportações brasileiras de frutas em 2001.

De maçãs a frutas exóticas

As principais frutas que o Brasil exporta são manga, mamão (papaia), melão, uva, maçã e limão. Mas também "têm tudo para conquistar o mercado alemão" as chamadas frutas exóticas, como açaí, pitanga, graviola e acerola. Isso devido a "um mercado que vem crescendo muito, que é o mercado de saúde, no que o alemão tem particular interesse", mencionou o secretário.

A Apex (Agência de Promoção de Exportações) tem programas de apoio à exportação como o Brasilian Fruit. Já o setor de promoção comercial da embaixada em Berlim realiza estudos de mercado solicitados por exportadores interessados em determinados nichos de mercado. E presta todo tipo de informação que possa facilitar o seu acesso ao mercado alemão.

Qualidade e competitividade

Em matéria de qualidade, o Brasil tem condições de competir na Europa. "O setor frutícola brasileiro tem investido muito em tecnologia e no que nós chamamos de integração de cadeias. Ou seja, o produto é monitorado desde o momento do plantio, até o momento da entrega ao consumidor. Essa é a tendência mundial, tanto é que a feira se chama Fruit Logistica, pois tem tudo a ver com logística."

Praticamente não há empecilhos da União Européia às importações de frutas brasileiras. Mas a embaixada vê necessidade de uma campanha sistemática de divulgação do produto, para que se possa "identificar o Brasil como uma marca que pode oferecer grande qualidade a preços competitivos", frisou Rodrigo de Carvalho.