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Bons negócios para o Brasil em Hanôver

Roselaine Wandscheer24 de março de 2004

Os 18 representantes brasileiros na CeBIT fazem um balanço positivo de sua participação na maior feira mundial de computadores e telecomunicações. Urna eletrônica apresentada pelo TSE fez grande sucesso.

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O pavilhão brasileiro na CeBIT 2004

"Balanço positivo" resume o clima entre os representantes brasileiros na CeBIT, em Hanôver, que fecha as portas nesta quarta-feira (24/03). Com possibilidade de parceria na Jordânia, interessados na Suécia, Grã-Bretanha e França, a presença verde-amarela não tem do que se queixar nesta edição da maior feira mundial de computadores e telecomunicações.

Os trunfos da tecnologia brasileira na procura de nichos no mercado eletrônico internacional são a flexibilidade, criatividade e os preços competitivos. Embora o país não tenha necessariamente a imagem de exportador de informática, os brasileiros são reconhecidos, entre outras coisas, pela qualidade dos produtos em áreas como os serviços eletrônicos oferecidos pelo governo aos cidadãos e o home banking.

Urna eletrônica para estrangeiro ver

Uma das grandes estrelas brasileiras na feira foram as urnas eletrônicas. Em entrevista exclusiva à DW-WORLD, Maria Lúcia Siffert Silvestre contou que o interesse pelo voto eletrônico foi enorme. "Foi nosso primeiro ano na CeBIT. Já mantemos muitos contatos e parcerias com países latino-americanos, e agora fomos convidados para apresentar o sistema na Grã-Bretanha e na França", explicou a representante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Hanôver.

Para se ter uma idéia do avanço no setor eletrônico bancário, enquanto no Brasil uma transferência bancária demora míseros segundos, na Alemanha o dinheiro leva até cinco dias para ser depositado na conta.

"Os bancos investem pesado e por isso esta área se desenvolve rápido no Brasil", afirma o superintendente da Softsul, José Antonio Antonioni. Segundo ele, a evolução dos softwares brasileiros nesse setor foi impulsionada pela demanda interna por produtos confiáveis e flexíveis, devido às constantes mudanças de moeda, à grande variedade de índices financeiros do mercado nacional e à alta taxa de inflação que vigorou no país por décadas.

Graças ao incentivo da Receita Federal, a grande maioria das declarações do imposto de renda é feita pela internet. "Pode-se dizer que neste aspecto o Brasil dá uma aula até mesmo nos países ditos do Primeiro Mundo", afirma Antonioni.

Preços competitivos aumentam parcerias

Já a empresa gaúcha DBServer, também caloura na feira, está colocando no papel uma proposta de parceria com um cliente na Jordânia, enquanto a paraibana Insiel, em sua segunda participação, praticamente duplicou o número de contatos em relação a 2003.

A DBServer apresentou seus serviços de fábrica de software e de test bureau, respectivamente, desenvolvimento e teste de software por encomenda. A companhia já tem experiência com clientes estrangeiros. A HP, por exemplo, usa os serviços da firma gaúcha para testar seus aplicativos.

O sócio-gerente da empresa, Verner Heidrich, ficou impressionado com a facilidade de fazer contatos com empresários de lugares tão diferentes como EUA, Holanda, Bulgária e Suécia.

A Insiel Tecnologia, especializada no desenvolvimento de software e hardware para firmas que prestam serviços de segurança patrimonial, já tem parceria com empresas estrangeiras, como a Primion Technology, de Stetten, cidade no sul da Alemanha. Com preços competitivos no mercado internacional, a companhia espera aumentar seu leque de parceiros fora do país.

"Enquanto vendemos um software completo de segurança por US$ 400, um produto similar do nosso principal concorrente no exterior custa cerca de US$ 2 mil", frisou Juan Pinheiro, diretor administrativo da Insiel.

Prêmios de design

Dos mais de 120 projetos do Brasil inscritos ao prêmio Industrie Forum (iF) Design Award, 18 receberam o certificado iF pela excelente qualidade de seus produtos, sendo que dois trabalhos ganharam o troféu considerado o Oscar do design internacional.

O designer de jóias Antônio Bernardo, que tem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre seus clientes, recebeu o Industrie Forum Silver Award na categoria design de produto, pelo desenho de dois anéis, enquanto Fernanda Sabóia, Frederico Gelli, Ana Laet e Aline Cohen, da empresa Metal Design, foram agraciados com o Silver Award na categoria de design gráfico pelo projeto do folheto institucional Book Tátil.

O Brasil participa deste importante certame desde 1980, mas nunca recebeu tantos prêmios. "Os próprios membros do júri ficaram surpresos com a qualidade dos produtos brasileiros neste ano", afirmou Ralph Wiegmann, diretor do Industrie Forum – Industrie Design Hannover, um prêmio concedido e exposto no principal centro de feiras do mundo.

Este ano, o Brasil foi representado por 18 empresas, três a mais que em 2003. Quinze delas ocuparam o estande de 200 m² organizado pela Hannover Fairs do Brasil com apoio da Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações).