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Boca de urna aponta Petro Poroshenko como novo presidente da Ucrânia

25 de maio de 2014

Magnata de 48 anos teria obtido 55,9% dos votos, bem à frente da segunda colocada, a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko. Grande parte das seções eleitorais no leste do país permaneceu fechada.

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Präsidentschaftswahlen in der Ukraine Poroschenko 25.05.2014
Foto: Reuters

Após ter sido apontado pelas pesquisas boca de urna como novo presidente da Ucrânia, o magnata Petro Poroshenko declarou que os eleitores ucranianos fizeram a escolha "da integração europeia". De acordo com a sondagem, o bilionário, conhecido como "rei do chocolate", teria assegurado 55,9% dos votos, bem à frente da ex-primeira ministra Yulia Timoshenko, em segundo lugar com apenas 12,9% dos votos.

"Todas as urnas mostram que as eleições foram encerradas em apenas um turno e que o país tem um novo presidente", declarou Poroshenko.

Yulia Timoshenko já admitiu derrota e considerou que as eleições foram "justas e claras". A ex-primeira-ministra ucraniana ressaltou que "as eleições ocorreram em condições de agressão militar [por parte da Rússia]", mas destacou que o escrutínio "foi uma grande vitória para a Ucrânia e para o povo ucraniano".

De acordo com a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Ucrânia, 40,4% da população apta a votar compareceram às urnas. Pesquisas boca de urna também indicam que os eleitores de Kiev elegeram o ex-pugilista Vitali Klitschko novo prefeito da capital ucraniana pela Aliança Democrática Ucraniana para Reforma, com 57,5% dos votos.

Tensão e medo no leste

Diante do clima tenso, por conta dos confrontos violentos entre separatistas no leste do país e tropas leais a Kiev, 100 mil policiais e voluntários foram mobilizados para garantir a segurança durante o dia de votação. Cerca de 1,2 mil observadores internacionais fiscalizaram a movimentação nas urnas.

Ainda assim, houve registro de episódios violentos durante o dia. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida em um tiroteio ocorrido em uma seção eleitoral na localidade de Novoaidar, na região separatista de Lugansk – controlada por grupos rebeldes pró-Rússia. A informação foi confirmada pelo vice-ministro ucraniano do Interior, Serguei Iarovoi.

Um porta-voz da autoproclamada República Popular de Lugansk, porém, afirmou que soldados ucranianos dispararam sobre dois membros de uma comissão eleitoral que tinham se recusado a abrir uma seção.

A vice-presidente da comissão eleitoral, Zhanna Usenko-Chornaia, disse que os rebeldes lutaram com as forças ucranianas para tentar ficar com as cédulas de voto e impedirem a realização das eleições presidenciais.

Segundo a CEC, em Lugansk foi possível votar em apenas duas das 12 circunscrições eleitorais locais, enquanto na "república popular independente" de Donetsk, houve votação em apenas nove das 22 zonas.

O português João Soares, coordenador dos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) nas eleições ucranianas, contou que as pessoas estavam com muito medo na região de Donetsk "por causa da intimidação por parte dos separatistas".