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Carros em chamas

19 de agosto de 2011

Chega a 67 o total de carros atingidos pelas chamas na capital alemã. A polícia não sabe quem são os autores dos ataques nem os motivos, mas descarta terrorismo e fala em simples vandalismo.

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Incêndios ocorrem à noiteFoto: picture alliance/ZB

A série de ataques incendiários contra carros continuou na noite desta quinta para sexta-feira (19/08) em Berlim. Pela quarta noite seguida, desconhecidos atearam fogo em veículos em diversos bairros da capital alemã.

Somente na madrugada desta sexta-feira (19/08), 11 carros foram destruídos e outros sete acabaram danificados pelas chamas, segundo a polícia berlinense. Duas tentativas fracassaram. Assim, já chega a 67 o total de carros parcial ou totalmente danificados pelos incêndios nas quatro noites.

A polícia tem várias hipóteses para os motivos dos ataques. Para além de motivações políticas, há a suspeita de que cada vez mais os crimes sejam simplesmente imitados por vândalos que entram na onda de violência. Na noite passada, os incêndios foram registrados em cinco bairros.

O deputado berlinense Hans-Christian Ströbele, do Partido Verde, considera que a maioria dos casos de incêndio não tenha origem política. "Isso me parece uma espécie de disputa de prestígio entre os criminosos e a polícia", declarou. Para o político, talvez os ataques sejam uma espécie de teste de coragem para seus autores, com consequências terríveis. "São crimes graves, que devem ser investigados."

Também a chanceler federal Angela Merkel declarou não acreditar que algo da dimensão da recente onda de violência em Londres venha a se instalar na Alemanha, mas mostrou-se preocupada com os ataques. "Que tipo de comportamento é esse?", questionou.



Terrorismo?

Mas alguns políticos sugerem que haja motivos terroristas por trás dos ataques. "A Fração do Exército Vermelho [RAF, na sigla em alemão] também começou 'apenas' com incêndios. Por isso há o perigo de que a violência também atinja as pessoas", declarou Wolfgang Bosbach, da União Democrata Cristã (CDU) ao canal de TV N24. Ao jornal Bild, Dieter Wiefelspütz, do Partido Social Democrata (SPD) também apontou um início de terrorismo.

Mas a polícia reforça que os fatos vão contra essa hipótese. "A esquerda extremista não está por trás dos acontecimentos e também mostrou não concordar com eles", afirma a chefe de polícia Margarete Koppers. "Não têm nada a ver com terrorismo. Não é possível reconhecer um verdadeiro objetivo político."

No caso de um incêndio num depósito de sucatas em Schmöckwitz, no leste da cidade, por exemplo, a polícia encontrou sinais de arrombamento. No bairro de Kreuzberg, um conversível também parece ter sido incendiado por motivos nada políticos: o carro havia sido roubado e o fogo foi ateado de dentro do veículo.

Grande parte dos ataques das últimas noites ocorreu nas imediações do bairro de Charlottenburg. As ruas atingidas abrigam apartamentos de classe média do período pós-Guerra.

Desafio para a polícia

Por volta de cem policiais patrulham Berlim a cada noite, acompanhados de um helicóptero equipado com uma câmera de visão noturna. Mas, numa cidade com cerca de 3,5 milhões de habitantes e um milhão de carros estacionados ao longo de mais de 5 mil quilômetros de ruas, a vigilância é difícil.

Mais de 140 carros já foram incendiados na capital desde o início do ano e a polícia aguarda uma falha dos vândalos. "Criminosos seriais são especialmente fáceis de serem pegos porque sempre atacam novamente e cometem erros", disse a chefe de polícia Koppers.

Até o momento, entretanto, os autores dos ataques conseguiram fugir. A polícia oferece uma recompensa de 5 mil euros para informações que ajudem a identificar e capturar os criminosos.

LPF/dpa/rtr/afp
Revisão: Alexandre Schossler

Auto-Brandstiftungen in Berlin
Vândalos destruíram esta Mercedes e o OpelFoto: picture alliance/dpa
Flash-Galerie Wieder Auto-Brandanschläge in Berlin
Mercedes incendiada no bairro CharlottenburgFoto: picture alliance/dpa