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Berlim e Paris exigem melhoras na resolução sobre Iraque

gh25 de maio de 2004

Para Fischer, proposta de Estados Unidos e Inglaterra é "boa base" para negociação. França espera ser ouvida. Rússia vê muitas questões em aberto.

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Conselho de Governo do IraqueFoto: AP

A Alemanha e a França exigem melhoras na proposta de resolução sobre o Iraque, apresentada pelos EUA e Inglaterra ao Conselho de Segurança da ONU. "Trata-se de uma boa base para iniciar os trabalhos de melhoria", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer. Seu colega francês, Michel Barnier, disse após um encontro com o coordenador de Política Externa e de Segurança da União Européia, Javier Solana, que a proposta precisa der "discutida e aperfeiçoada". Um representante do governo russo declarou que ainda há "muitas questões em aberto".

O texto de resolução apresentado na segunda-feira (24/05) pelos EUA e a Inglaterra resume-se a cinco pontos principais: instalar um governo soberano iraquiano, garantir a segurança no país, reconstruir a infra-estrutura, obter mais apoio internacional e organizar eleições livres e democráticas no Iraque. Analistas europeus vêem nesse plano, antes de mais nada, a tentativa do presidente norte-americano, George W. Busch, de conter sua própria queda de popularidade, a cinco meses das eleições presidenciais nos EUA.

Crítica contida

As reações dos membros do Conselho de Segurança oscilam entre apoio aparente e crítica contida. O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, falou de "uma base muita boa, que poderá viabilizar um consenso". Ele atribui importância fundamental ao relatório sobre a transferência de poder no Iraque, a ser apresentado, no próximo fim de semana, pelo enviado espacial da ONU no Iraque, Lakhdar Brahimi. "É importante também respeitarmos o cronograma e que, no final de junho, a soberania seja de fato transferida aos iraquianos", disse Fischer.

A Rússia e a França querem mais negociações. "Espero que, desta vez, os EUA nos ouçam", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Michel Barnier. Ele sugeriu a realização de uma mesa redonda antes da votação da resolução. Desse encontro deveriam participar também representantes dos principais grupos iraquianos, para dar legitimidade ao novo governo. A China prometeu um apoio construtivo. No ano passado, França, Alemanha e Rússia impediram a aprovação de uma resolução da ONU, que legitimaria a guerra no Iraque.

Transferência de poder

Em sua nova proposta de resolução, Washington e Londres prometem dissolver a administração civil norte-americana no Iraque, no dia 30 de junho próximo. O governo interino do Iraque, inicialmente, só teria o direito de avaliar a necessidade de uma tropa internacional de paz no país. O próximo passo seria a eleição de um parlamento interino no dia 31 de janeiro de 2005. Em seguida, deverá ser eleito um governo soberano, com controle completo sobre o sistema de segurança e as forças armadas. Uma data para a retirada definitiva das tropas americanas do Iraque não foi definida no texto.

Os iraquianos mostraram-se decepcionados com a nova proposta de resolução. O presidente do Conselho de Governo, Ghasi Maschal Adschil el Jawer, disse esperar que as reivindicações dos iraquianos, de controle completo sobre as forças armadas e a indústria petrolífera, ainda sejam incluídas na versão final do documento. Tentando apaziguar os ânimos, o premiê britânico, Tony Blair, prometeu em Londres, que o governo transitório do Iraque poderá ter o "controle político" sobre a tropas estrangeiras no país.