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Mercado de energia

(gh)27 de dezembro de 2006

Impasse nas negociações sobre o preço do gás fornecido pela Rússia a Belarus pode atingir UE. Governo alemão e empresas de energia dizem que o abastecimento está garantido. Bruxelas aposta na solidariedade européia.

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Gasoduto russo que abastece a EuropaFoto: dpa - Report

Um ano após o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o impasse nas negociações sobre o preço do gás fornecido pela Gazprom a Belarus ameaça atingir também a Alemanha e a União Européia. A estatal russa quer mais do que duplicar o preço do combustível fornecido ao país vizinho.

O governo em Minsk ameaçou bloquear o fornecimento de gás russo à Europa Ocidental, caso fracassem as negociações com Moscou. Cerca de dois terços do combustível russo que cruza o território de Belarus destina-se à Alemanha.

"No dia 1º de janeiro haverá gás em Belarus", garantiu o vice-chefe de governo do país, Vladimir Semaschko, nesta quarta-feira (27/12), após uma rodada de negociações fracassadas com a Gazprom.

"Somos interdependentes. Sem acordo para o fornecimento de gás a Belarus, também não haverá contrato para a passagem de gás", acrescentou Semaschko. Segundo ele, 22% do gás fornecido pela Rússia à Europa passa pelo território de Belarus. Sobretudo a Alemanha e a Polônia seriam atingidas pelo bloqueio.

Problema bilateral?

O porta-voz adjunto do governo alemão, Thomas Steeg, disse que a briga entre Rússia e Belarus é "um problema bilateral" e não há indícios de que a Rússia não vá cumprir seus contratos de fornecimento.

O Ministério alemão da Economia informou que a Alemanha tem grande capacidade de armazenamento de gás. Dos 30 bilhões de m3 de gás natural que anualmente passam pro Belarus 20 bilhões de m3 chegam à Alemanha. Já através da Ucrânia chegam entre 90 e 120 bilhões de m3 por ano ao mercado alemão.

Um porta-voz da União Européia disse que há significativos estoques de gás na Alemanha, na Áustria, na Holanda e no Reino Unido. "Em caso de crise, a solidariedade européia teria um papel importante. As lições do conflito entre a Rússia e a Ucrânia foram aprendidas", acrescentou.

Estoques

O vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Pavel Koval, disse que um bloqueio permanente da passagem de gás pela Belarus seria um ameaça. Já um porta-voz da operadora alemã Wingas garantiu "que ninguém há de congelar na Alemanha neste ano".

Ele disse que os reservatórios de gás foram enchidos no verão e, devido às temperaturas amenas, até agora houve pouco consumo dos estoques. A E.on informou que um bloqueio dos gasodutos russos pela Belarus não teria grandes conseqüências para o abastecimento na Alemanha.

Há cerca de um ano houve uma redução do fornecimento de gás russo à Europa, quando a Gazprom suspendeu o fornecimento à Ucrânia, também por causa de divergências sobre o preço. Agora, a Rússia quer aumentar o preço do gás fornecido a Belarus de 46 dólares para 105 dólares por mil metros cúbicos, o que é rejeitado pelo governo em Minsk – inicialmente a Gazprom havia pedido 200 dólares por 1000 m3.