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Bayer lança ações na Bolsa de Nova York

Neusa Soliz24 de janeiro de 2002

O grupo químico alemão quer marcar presença no mercado americano, conquistar acionistas e captar recursos. Sua ação desvalorizou-se 40% no último ano, desde o escândalo do medicamento contra o colesterol, Lipobay.

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Detalhe da fachada da Bolsa em NYFoto: Bilderbox

A Bayer tornou-se hoje a 18ª empresa alemã a lançar ações nos EUA. Às 9h30 da manhã desta quinta-feira, seu presidente, Manfred Schneider, tocou o sino que abre os negócios na Bolsa de Nova York desde 1903, como se o ato simbólico oficializasse a cotação. "Nossas raízes estão em Leverkusen, mas nos consideramos uma empresa internacional. Como tal, tínhamos que estar presentes na bolsa mais importante do mundo, a New York Stock Exchange", observou Schneider.

Sem motivo para festa

- Embora a cotação na bolsa americana costume ser razão de festa para as empresas alemãs, a Bayer não vê motivo para grandes comemorações. A indústria químico-farmacêutica enfrenta problemas. Tanto é que teve de cancelar o lançamento de suas ações em Nova York, previsto inicialmente para 21 de setembro de 2001. Pouco antes, a empresa tirara de circulação um de seus produtos de maior sucesso, o Lipobay, também conhecido como Baycol, um medicamento para diminuir o colesterol e o teor de gordura no sangue.

Mais de 50 casos de morte são atribuídos ao Lipobay. Ele provocaria degeneração muscular com efeito fatal, se tomado juntamente com outras substâncias químicas. Nesse meio tempo, os advogados falam de 100 mortes, ameaçam com queixas coletivas e exigem indenizações extremamente altas. Por causa do escândalo, a ação da Bayer desvalorizou-se 40% desde janeiro de 2001. Os analistas muito têm criticado a direção da empresa e tudo isso não constitui um cenário muito favorável ao lançamento em Nova York.

Presença e captação de recursos

- No entanto, não dava para adiá-lo por mais tempo, pois qualquer hesitação teria causado um prejuízo maior ainda para a Bayer. As razões da presença na New York Stock Exchange são as mesmas que levaram a Daimler, a Siemens, BASF, Aventis e outras a darem o mesmo passo, expõe Manfred Schneider: "Fazemos aproximadamente um terço do nosso faturamento global nos EUA. O mercado norte-americano é o maior, o mais importante, e continuará sendo o que apresenta as maiores taxas de crescimento, após a Ásia. Um crescimento que será bem superior ao da Alemanha e da Europa", calcula.

A nova estrutura do grupo Bayer, com os quatro setores separados em empresas juridicamente autônomas, unidas em uma holding, deve contribuir para a melhor aceitação dos investidores americanos. O grupo quer conquistar um número maior de acionistas nos Estados Unidos. Por enquanto, apenas 8% de suas ações estão em mãos de americanos, o que é muito pouco para uma "empresa internacional". Também se trata de captar nos EUA os recursos necessários para a expansão de seus negócios na América do Norte.