Bancos já demitiram mais de 17.000 funcionários
10 de janeiro de 2002A crise do setor bancário alemão levou várias instituições à beira da falência e à demissão de mais de 17.000 funcionários. Enquanto que a indústria alemã, sob a pressão da concorrência internacional, racionalizou seus custos de pessoal a partir da década de 80, o número de funcionários das instituições bancárias aumentara, desde 1990, de 62.000 para 760.000.
A atual conjuntura e a degringolada no mercado financeiro não são porém os únicos responsáveis pela crise do setor bancário. A glorificação dos bancos de investimentos, que se multiplicaram com os lucrativos negócios no mercado financeiro, levou a uma explosão dos custos e salários dos executivos.
Uma nova filosofia bancária, em parte arrogante, levou os bancos a privilegiar os grandes negócios internacionais em detrimento do setor médio, que representa entretanto dois terços do PIB alemão.
Prejuízos
A mentalidade do pequeno cliente das caixas econômicas e bancos populares também mudou. Foi-se o tempo em que eles se contentavam com os modestos juros das cadernetas de poupança. O crescente interesse em aplicações com altos rendimentos ou fundos de investimentos reduziu a margem de lucro das instituições bancárias.
O Commerzbank, quarto maior da Alemanha, já anunciou prejuízo em 2001. O próprio Deutsche Bank prevê que terá apenas metade do lucro do ano anterior. A onda de falências reflete-se no sistema financeiro, na medida em que reduz o volume de créditos. Em 2001, houve 33.000 falências na Alemanha e em 2002 prevêm-se 35.000.
Fechamento de agências
A curto prazo, as instituições bancárias irão reduzir sua rede de agências, que na Alemanha é mais densa que na França ou Itália, por exemplo. Estima-se que será um processo semelhante ao dos postos de gasolina: eram cerca de 45.000 na década de 70 e hoje restam apenas 18.000.
No momento, há cerca de 46.000 agências bancárias na Alemanha, mas que vendem serviços e produtos bem mais complexos que gasolina ou óleo diesel. Por isso, não se pode traçar exatamente o mesmo paralelo.