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Banco estatal alemão planeja investir mais no Brasil

Geraldo Hoffmann3 de fevereiro de 2006

Ipex-Bank garantiu créditos comerciais no valor de 1,3 bilhão de euros para projetos brasileiros e tem planos para aumentar esse valor em 2006. Recuperação da conjuntura econômica alemã estimula novos investimentos.

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Peter Klaus: 'Momento é bom para investir no Brasil'Foto: Presse KfW

O Ipex-Bank, banco alemão que integra o Instituto de Créditos para a Reconstrução (KfW – Kreditanstalt für Wiederaufbau), tem planos para investir mais no Brasil em 2006. No ano passado, a instituição fechou contratos de financiamento no valor de 1,3 bilhão de euros com empresas e instituições de crédito brasileiras, um valor que poderá ser superado este ano.

Segundo informações fornecidas com exclusividade à DW-WORLD, o banco planeja participar em 2006 de um total de 21 novos projetos de investimentos brasileiros – a maioria do setor privado –, no valor de aproximadamente 1,6 bilhão de euros.

Trata-se de oito projetos no setor da indústria de matéria-prima (cerca de 1 bilhão de euros); seis na indústria de processamento, comércio e saúde (€ 150 milhões); quatro nos setores e energia e meio ambiente (€ 340 milhões) e três projetos, no valor aproximado de € 100 milhões, na área de transportes (rodovias, ferrovias e aeroportos). Na maioria dos casos, as negociações ainda se encontram em andamento, razão pela qual o banco não revelou detalhes.

Momento é bom para investir

Durante uma conferência sobre investimentos em infra-estrutura e logística no Brasil, realizada na sede do grupo KfW, em Frankfurt, na última segunda-feira (30/01), um dos diretores da instituição, Peter Klaus, disse a 150 empresários alemães e brasileiros que as condições para investir no Brasil são favoráveis.

Nos anos 70 e 80, o grupo KfW forneceu créditos estatais a instituições brasileiras de fomento, principalmente no setor siderúrgico. "Atuamos no país há décadas, sem problemas. Mesmo em tempos difíceis, as instituições financeiras e os empresários brasileiros sempre honraram seus compromissos", elogiou Klaus.

Segundo Jan Klasen, diretor de política empresarial e estratégia do Ipex-Bank, a instituição mantém bons contatos até hoje com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cooperando, por exemplo, nas linhas de crédito à média empresa. Ele destaca que o banco só financia projetos que preenchem os critérios da sustentabilidade ecológica e social.

Comércio de emissões

Sitz der KfW Bankengruppe in Frankfurt am Main
Sede do KfW em FrankfurtFoto: KfW Presse

Segundo Andreas Ufer, diretor do departamento de energia e meio ambiente do Ipex-Bank, no ano passado, foram financiados vários projetos nas áreas de tratamento de água, proteção de florestas tropicais, energias renováveis e aumento da eficiência energética.

Com os contratos fechados até 31 de dezembro de 2005, o banco tem 1,3 bilhão euros em créditos comerciais já assegurados para projetos no Brasil: 28% na indústria de matéria-prima, 25% na indústria de processamento, 18% nos setores de energia e meio ambiente, 18% na aviação e 11% em telecomunicações.

Segundo Ufer, o Ipex-Bank também se dispõe a participar do comércio de emissões, com pré-financiamento de CDMs (Clean Development Mechanism). Através destes certificados, previstos no Protocolo de Kyoto, empresas alemãs podem "comprar" cotas de emissão de CO2 em troca de investimentos em projetos de energia limpa ou proteção ambiental em países como o Brasil.

O grupo KfW é controlado pelo governo federal (80%) e pelos governos estaduais da Alemanha (20%). Em 2005, o volume de créditos concedidos subiu 10% para 68,9 bilhões de euros, sendo 2,6 bilhões de euros para projetos de países em desenvolvimento e fomento às exportações.

No ano passado, só o volume de investimentos em construção civil, projetos de proteção ao meio ambiente, fundação de empresas e crédito estudantil foi de 34,5 bilhões de euros. Diante dos sinais de recuperação da economia alemã, a instituição pretende ampliar para 70 bilhões de euros o total de investimentos no país e no exterior em 2006.