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Avicultores alemães reclamam falta de controle da carne brasileira pela UE

rw15 de junho de 2002

Associação acusa comissário de Saúde da UE de não controlar o suficiente a carne de frango importada do Brasil, apesar da comprovação de nitrofuranos no produto. 230 toneladas de frango brasileiro já foram apreendidas.

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Alemães alertam que frango brasileiro pode trazer riscos à saúdeFoto: AP

A Associação Central da Economia Avícola Alemã adverte, em reportagem publicada neste sábado pelo jornal alemão Berliner Zeitung, que a carne de frango importada do Brasil tem resquícios de antibióticos. Apesar de a Comissão Européia ter tomado conhecimento já em abril da presença de nitrofurano – um antibiótico considerado cancerígeno e por isso proibido – no frango brasileiro, "o comissário David Byrne não tomou a iniciativa de mandar controlar toda a carne de frango importado do Brasil", reclama Thomas Janning, porta-voz da associação.

Em abril último, foram descobertas 25 toneladas do produto contaminado na Holanda. No dia 12 daquele mês, os países-membros da União Européia (UE) receberam advertências neste sentido. A 30 de maio, contaminação semelhante foi detectada em Hamburgo. Desde esta data, prossegue o jornal, foram apreendidas pela UE 230 toneladas de frango brasileiro pelos centros europeus de controle.

Mesmo assim, reclama Janning, o comissário de Saúde preferiu não ordenar o controle de toda a carne de ave importada do Brasil. A cada ano, o país exporta cerca de 100 mil toneladas do produto para a Europa, sendo mais de 20 mil para a Alemanha.

A associação critica que não esteja sendo aplicada o mesmo controle rigoroso que vem sofrendo aves e camarões importados da Tailândia desde 27 de março, após a comprovação da contaminação por nitrofuranos.

Comissário contesta

– A porta-voz do comissário Byrne garante que toda a carne de frango do Brasil está passando pelo controle do antibiótico proibido nitrofurano. Beate Gminder informou que a sede da União Européia, em Bruxelas, informou várias vezes as autoridades brasileiras sobre a contaminação e exigiu melhores controles. Ela advertiu ainda que num próximo passo serão introduzidos controles permanentes.

Por seu lado, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério brasileiro da Agricultura, Luís Carlos de Oliveira questiona a metodologia dos testes europeus para a detecção do nitrofurano. Segundo ele, o ministério tem um programa de controle de resíduos de alimentos e desde que o nitrofurano foi proibido, em 1999, não foi detectado nenhum caso de contaminação. "Usamos uma metodologia aprovada pela UE, que detecta até 5 microgramas por quilo", destacou Luís Carlos.